Mauro Loch

IRRECONHECÍVEL???

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Irreconhecível foi a expressão que o comentarista do SporTV usou para definir o Inter contra o Botafogo, embora tenha tomado as atuações deste ano para justificar a caracterização.

Contudo, eu reconheci o Inter, e fiquei muito preocupado.

Primeiro, já jogamos assim neste ano, poupando nos primeiros 45 minutos. Na verdade, o Inter se recusou a jogar no primeiro tempo; não foi apenas se defender, mas uma postura de renúncia a tudo o que podemos considerar futebol dentro de uma competição.

Essa postura é lamentável, odiosa e vergonhosa para o clube, para o time, pois representa total desprezo com a torcida.

Além disso, parece o retorno da soberba, da certeza de que tudo pode ser resolvido em 45 minutos finais, quando o sol estiver oferecendo menos calor.

Pior, teria dado certo se não fosse uma falha bisonha do Zeca, que quase nos fez sentir saudades do Sasha.

Aí vem o segundo tempo de desespero, querendo jogar, mas não conseguindo. Talvez como castigo, nada dava certo, ou tudo se repetia como no primeiro tempo, como em 2016, como em 2017 na rebelião contra os treinadores.

Só Lomba pode ser salvo de uma atuação desastrosa, pois evitou 3 gols do Botafogo, que, invertidas as posições, fosse o Inter, também não seriam gols na tarde de ontem.

Infelizmente o Inter foi reconhecido como aquele mesmo time que jogou em 2016. Erros de passes em profusão, marcação frouxa ou inexistente, ataque inoperante, beirando o ridículo, cruzamentos que pareciam buscar apenas a zaga adversária, e a ausência de colorados na área adversária. Um desastre. Lembrei Marlon Brando em Apocalypse Now: o horror.

WS que vinha ascendente foi decepcionante, e a expulsão, mesmo injusta, deve ter selado seu retorno ao Fluminense. Moledo jogando de centroavante expôs, com crueldade, o declínio do ataque, e a expulsão foi o retrato do que o time esperava: um pênalti no último minuto de jogo. Inaceitável.

Rossi foi Rossi, e Camilo representa o que temos para mudar um jogo a partir do banco de reservas. Pouco ou quase nada.

D’Alessandro errou passes absurdos e parecia não querer a bola. Edenilson nada fez e piorou na lateral, esfacelando o meio campo que só tinha Dourado tentando jogar, tentando. Só Patrick foi o mesmo de suas últimas atuações, e isso não passa nem perto de um elogio.

Esses mesmos jogadores já mostraram mais qualidade, capacidade, força, iniciativa e atitude. Nada disso apareceu ontem. OK se foi uma má jornada, uma tarde infeliz, mas não pareceu que isso aconteceu.

E também não sei o que aconteceu, mas foi uma tarde para expor muitas dúvidas e repensar 2019 em algumas situações que pareciam resolvidas. Não é aceitável que um time inteiro jogue tão mal e tão desinteressado como jogou o Inter. Não é aceitável novos desconfortos musculares alinhados à condição de reserva, muito menos que se transforme um zagueiro em atacante e que a solução para o gol seja alçar bolas na área adversária, principalmente contra um goleiro que sai do gol.

Enfim, um jogo para não ser esquecido, para ser visto e revisto, para ser comparado a 2016 e tomado como exemplo do que não pode ocorrer.

Nesse balaio de péssimas atuações, não escapam Odair e a direção, pois é tarefa deles extrair o que esses jogadores tem de melhor, individual e coletivamente, e ontem, mas não apenas ontem, não conseguiram.

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