Victor Wolff

O que importa de verdade

2.3
(52)

Derrota dolorida no Grenal, não? Semana passada eu falei que esperava que vencêssemos. Pois que o jogo foi como normalmente se apresenta o clássico, horroroso. Poucas chances de gol, times hesitantes. O Internacional teve a bola e não fez nada com ela, muito parecido com os Grenais onde o Chacho estava na casamata ano passado. O Renato sabe que estamos num momento ruim e se aproveita disso. É a tática “dá corda para se enforcar sozinho”.

O jogo foi como normalmente se apresenta o clássico, exceto pelo resultado, que fugiu do empate. Perdemos. É isso que dói. O Grenal bosta eu estou acostumado. Mas perder do jeito idiota que foi, dói, e indigna.

No entanto, o intuito da minha coluna hoje é protestar o tom exagerado da reclamação de algumas alas.

Os conservadores, obviamente, não gostam do que está acontecendo no Internacional. As coisas estão mudando, a direção nova não é amiga de ninguém, são pessoas diferentes, e não estão dispostas a pagar pedágio para colunistas e empresários bem alojados dentro da estrutura do clube. Basta ver a denúncia do Jorge Macedo, empresário que resolveu só hoje cobrar dívidas de pelo menos cinco anos anteriores. Ou seja, o cara que atendia o telefone parou de fazê-lo, e a fonte agora secou.

Pois que é lógico que estes mesmos caras, os jornalistas sem exclusiva, os amigos da escalação vazada, negociações tratadas, também vão ficar de fora, e não estão contentes. O que isso significa? Que o trabalho nem começou e a paciência já acabou.

O colorado que entra nesta pilha, logicamente, já está depressivo, doido pra que volte o Abel, e que o time tenha um “onze titular”, um esquema de jogo simples. Alguns chegam a dizer “se fosse o MAR no mundial, o Índio teria recuado pro Clemer e não dado balão pro meio campo”. Meu amigo, se em 2006 tivéssemos essa paciência de hoje, o Abel teria sido demitido ao perder o gauchão. Não se compara banana com laranja, não se deve entrar no mérito da hipótese. Isso é análise de buteco.

O que eu sei: o Inter vai jogar um jogo a cada quatro dias nos próximos dois meses. O calendário é cada dia mais absurdo. O futebol brasileiro não tem futuro neste sentido. Não vai ter o onze titular todos os jogos, nem que o técnico seja o Ênio Andrade saído de uma câmara criogênica.

Eu poderia escrever um livro sobre o que eu acho do tal “futebol moderno”, se eu gosto ou não (e eu não gosto) e o que eu penso que está errado. Mas isso não muda a realidade. E os desafios são grandes, tanto pela estrutura do futebol quanto pela estrutura interna do clube.

Em cima disso tudo, a direção do Internacional tem uma proposta de alteração radical no clube, e temos capacidade de executá-la. O Internacional já é reconhecido pelo mundo, e pode ser muito mais. Nosso clube precisa estar para a América do Sul como o Bayern, Milan, Barcelona, etc. estão para a Europa. Uma referência no imaginário, onde os jogadores almejam jogar. E para isso precisamos crescer, sair da cabeça do Guerrinha. Eu vejo nos atuais profissionais que entraram no clube esta vontade.

Por tudo isso, eu gostaria apenas de pedir mais paciência aos amigos, que a coisa mal começou a sair do papel.

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