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Num determinado momento da minha vida fiz alguns negócios que não deram certo. Não fiquei no prejuízo, me reergui depois, afinal, a vida sempre começa de novo (já diria Moacyr Franco). Alugava minha casa na Capital e morava de aluguel na região metropolitana. Sobravam uns pilas nessa brincadeira. Eu tinha uma VW Brasília verde abacate muito inteira que logo depois vendi (me arrependo até hoje, aliás), pois vivia com a bateria arriada de andar pouco. Andava mesmo quase sempre a pé ou de ônibus.

No ano seguinte já menos remediado, consegui alugar um carro e levar a família para conhecer a serra do Rio do Rastro em Santa Catarina. Lembro até hoje, um Corsinha Wind vermelho, Colorado como só ele. Foi a única vez que consegui descer a serra vendo toda aquela sua beleza. Nas demais tentativas (a última no ano passado) ou estava tapada de serração ou caía barreira e tinha de dar meia volta.

A direção do Internacional que aí está assumiu o Clube me parece como eu estava naquele tempo, pouco dinheiro, fazendo milagre com o que aparecia na frente. Errou bastante no primeiro ano, também o fiz naquela época, mas dali a pouco achou um rumo e foi se endireitando na tentativa e no erro. Errou menos agora que no passado.

Deixei minha casa própria e fui morar de aluguel, pois me era vantajoso. O Inter começou a desfazer laços com jogadores que não mais tinham a oferecer e ganhou sobrevida com outros, forasteiros, mas que queriam aqui estar.  Ainda falta alguma coisa para o Colorado realmente ficar em vantagem. Nem sempre a ideia mais lógica é o caminho certo a se seguir. O apego não nos leva a lugar algum.

As feridas foram cicatrizando e eu até consegui alugar um carro para passear com a família. O Colorado até conseguiu chegar ao fim de uma temporada tendo esperança com o time. Esperança de verdade, não um mero devaneio. Enfim.

De maneira nenhuma é fácil ter de dar um passo para trás, seja na vida ou na administração de um time de futebol. Eu tinha naquele tempo muita expectativa e muitos sonhos como empreendedor – arrisquei bem mais do que deveria, assim como Alessandro Barcellos também o tinha, devolver ao Internacional o papel de protagonista em campo. Eu, depois de alguns tombos, saí dos ‘holofotes’ para de alguma forma honesta recomeçar a vida. O Inter, depois de mal sucedidas tentativas com treinadores, soube reconhecer em Mano Menezes um porto seguro para o ‘começar’ outra vez; assim como para Mano o Colorado foi um recomeço.

E a vida é isso, sempre um eterno recomeço. Nunca é tarde para voltar a sorrir. Para voltar a ganhar. Para que o Internacional volte a ser o velho Colorado das glórias.

Não sei tu, meu bom torcedor alvirrubro, mas de minha parte eu estou, sim, preparado para mais uma aventura junto do Internacional.

Seremos campeões!

 

CURTAS          

– Esta história de Mano Menezes e Seleção Brasileira é só a crise da semana, meus amigos. Alguns ditos Colorados já não se bastam a viver sem ela. Mas, vos digo: não gastem a mufa à toa que isso não vai dar em nada;

– Contudo, serei honesto: esta estória conseguiu me impor ainda mais ranço no que compete à seleção. Mais uma Copa do Mundo em que vou passar os olhos com indiferença;

– Da série curiosidades(1): começamos e terminamos o Campeonato Brasileiro com gols de argentinos. Antes, D’Alessandro; agora, Romero;

– Por falar em Romero, ninguém recebe um abraço como aquele dado por Gabriel Mercado e vai embora. Romero vai ficar e queira que eu esteja certo: vingará(!);

– Da série curiosidades(2): Maurício fez gol no primeiro e no último jogo na temporada. E talvez seja a bola da vez para se passar nos cobres;

– Edenilson é passado e ele mesmo se trata assim. Só foi mais uma indiferença de tantas. No mais, ando concordando com quem pensa que Taison e Inter precisam seguir em frente e em rumos distintos;

– É bem verdade que Carlos de Pena tem uma pinta daqueles nerds de computação. Mas tem também, e muito, pinta de Capitão do time;

– Como disse o bom Victor, o jovem, Odair é treinador pra time ruim. Nos livramos. Aliás, Odair e Falcão podem não resistir a um paulistão. Infelizmente e com rima;

– Repito: investiria em ambas as laterais, em dois volantes com estofo, em mais um articulador e um centroavante. Ah, e um meia que jogue pelos lados. Sou modesto, admito;

– Alessandro Barcellos tem suas falhas, eu sei. Mas ao menos não é pavão tipo aqueles que vieram antes dele.

 

PERGUNTINHA

Chegou a hora de ser feliz, torcedor Colorado?

 

Se prepare para sorrir de novo, minha Nação Colorada!

PACHECO

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