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Ficar muito tempo sem ganhar nada, nem regional que seja, faz da cabeça da torcida Colorado um latifúndio criativo, quer para o bem ou para o mal. Aí, para ajudar o descompasso para com o foco no que importa, semana sim e na outra também, qualquer boato se dissemina com força de verdade, criando intermináveis e (muitas vezes) ásperas discussões em torno de futilidades, circunstâncias que só pela forma que surgem já parecem mentira. E, pasmem: as são na imensa maioria das vezes.

A de ontem, só pra não passar uma quarta-feira sem o Inter em campo, incólume, foi a máxima de que D’Alessandro voltará em 2022 para encerrar a carreira disputando o glorioso e charmoso Gauchão. Essa até ficaria boa responder com aquela figurinha que roda o whatsapp: o golpe tá aí; cai quem quer.

O noticioso da semana foi mais efusivo, todavia, com a questão Daniel Alves sendo contratado pelo Inter. Já sei que aqui a maioria é contra, não julgo; também não o faço para aqueles que são a favor. Uma contratação do tipo gera ponto e contraponto. No meu caso, aliás, após ler sobre repatriação de Rodinei e vendo quem estava contra, passei a ser a favor. Azar, vez ou outra tenho de fazer o papel somente de torcedor: ilógico, burro e passional. Dirigentes que lutem para justificar a coerência da coisa; isso se existir alguma. Só que a verdade, real ou para satisfação da imprensa, é que Daniel Alves não jogará no Colorado; talvez nem tenha havido proposta mesmo, ou teve e ao ver que não levaria, na mais pura incursão na fábula famosa, o Inter desdenhou e disse que nunca quis.

Ontem, também, tentou-se criar caso com a renovação do contrato do jovem Enzo, filho do Fernandão. Não faltaram apontamentos de que “não joga nada e levou a renovação porque é filho da lenda”. Primeiro, que a imensa maioria de nós não sabe do real potencial do garoto; segundo, que ele teve uma grave lesão de ligamento do joelho e, legalmente falando, a renovação foi, no mínimo, prudente. É simples: complica quem só quer criar caso, ganhar fama de 10 segundos e o agora popular “like” – ou engajamento.

Em meio a tudo isso, nós Colorados, que sem título até mesmo de Gauchão, perdemos tempo sagrado de vida útil discutindo coisas que a rigor não fazem sentido; e ainda assim insistimos em fazê-lo. Coisa triste é o vício, que nem sarnoso, nunca para nem se ajeita. Sagrado Jayme Caetano Braun, nesta semana do 20 de Setembro!

Então, se eu pudesse dar um conselho, se eu tivesse moral pra isso, diria: relaxa e goza, torcedor Colorado. É só futebol. Mas aí eu acordei e lembrei que em sendo e envolvendo o Internacional, nunca será só futebol. Logo, cancelado o conselho, pois.

Ficar muito tempo sem ganhar nada, nem regional que seja, faz da cabeça da torcida Colorada uma desgraça… que coisa!

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