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Volto ao tema Odair, também inspirado no bom texto do Bruno.

Não fui favorável à permanência do Odair na virada do ano; achei que deveríamos contratar um cancheiro que preenchesse a casamata e a sala da direção.

Não desgosto muito do trabalho do Odair, tem mostrado resultados, mesmo que não sejam os esperados, é inegável que o time do Inter joga diferente, e sua pior apresentação, no segundo grenal, se deu quando quis jogar de forma diferente do que treinou. Não há quem possa dizer que o time do Odair, pelo menos o principal, joga semelhante ao do Argel, Guto, Zago ou Roth.

Todos têm seus esquemas táticos preferidos, sua forma de jogar, e não é isso que quero trazer no texto. Penso que Odair realmente tem conceitos e consegue aplica-los no time; em outras palavras, até o momento, o time joga da forma como Odair quer. Se essa forma é a melhor, cada torcedor terá sua opinião. A minha é que não.

O que me incomodou, e foi objeto de outro post, foi a mudança de esquema em três jogos decisivos (dois realmente, mas um só pelo fato de ser grenal), e a falta de convicção de suas ideias.

Faço um pequeno contraponto.

Guardiola é um dos treinadores que revolucionaram o futebol moderno; certo ou errado, beneficiado por ter Messi e um monte de craques em seus times, ou não, é fato que Guardiola alterou a forma clássica de jogar, preferindo jogadores mais técnicos na defesa do que fortes, incluindo o goleiro. Seu Barça se defendia com poucos.

Guardiola encontrou seu algoz na Champions, que lhe venceu mais vezes com times diferentes, o alemão Klopp. Klopp diz que a única maneira de vencer os times de Guardiola é focar em seu ponto mais fraco, a defesa. Em suma, ele ataca os times do Guardiola.

O Chelsea fez diferente naquela espetacular eliminação do Barça nas semifinais, se não estou enganado. Drogba foi tão ou mais recuado que o lateral, e Ramires foi o mais agudo ponta direita da era moderna na retomada da bola pelo Chelsea. Não havia jogado assim antes. Houve o componente sorte naquele jogo, sem dúvida nenhuma, mas acredito que tal era a disciplina do Chelsea, que mesmo um gol seria superado.

Klopp já levou 5 de Guardiola, e nunca deixou de ataca-lo. Guardiola vive um dilema, será campeão inglês com larguíssima margem de pontos, e mesmo a derrota de ontem não deve afetar o título, mas a Champions está por uma goleada. Não seria o primeiro caso, já reverteram decisões piores, mas nunca contra o seu maior algoz. Eliminado da Champions, pode ver o título inglês totalmente desvalorizado, mesmo com recordes quebrados.

Mas penso que dilema maior vive Klopp: sigo jogando como venci as demais, e corro o risco de perder de 5, como já aconteceu, ou mudo a forma do versátil Liverpool jogar? Às vezes, as convicções também estão nas mudanças.

Odair é neófito, com evidente bagagem teórica, e nos treinos tem posicionado a equipe de forma diferente, defendendo no 4141, retomando no 442 (ou 4411, que já fez no gauchão). O péssimo desempenho em alguns tempos dos 3 clássicos fizeram efeito. Às vezes, as convicções também estão nas mudanças, mas o futebol segue sendo uma caixinha de surpresas.

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