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Uma madrugada de insônia, pós Internacional, vez ou outra até que tem suas vantagens. Veja-se que, muitas vezes, o desalento te traz algumas verdades que você ou não enxerga ou mesmo finge que não quer ver.

Dito isso, não tenho mais dúvida de quem é o verdadeiro culpado pelo que está acontecendo com o Sport Club Internacional: sou eu! Sim, sou eu – o torcedor Colorado.

Eu sou o culpado por acreditar nesse grupo político que aí está há quase duas décadas. E mais do que isso, por deixar que ele tenha ficado tanto tempo.

O culpado por confiar meu voto (ainda que fosse a opção menos pior) nesse gestor lá em 2016, entregando-lhe a responsabilidade de resgatar a honra colorada. Mais culpado ainda por tê-lo reconduzido ao cargo para mais um mandato, acreditando na mística do sobrenome, da família com serviços prestados ao Clube em décadas de história. Sou culpado e, acima de tudo, ingênuo.

O culpado por criar expectativas em torno dum time que, a clarividência, não tem vontade alguma de vencer. Culpado por perder tempo de vida (ao invés de curtir filho, esposa, família enfim) indo ao Gigante (para sofrer na final mais ganha em uma década), ou ficando defronte à televisão assistindo o mais do mesmo, a criatividade pouca e a pobreza de futebol jogado (com raras exceções).

Somente eu sou o culpado.

Culpado por acreditar num trabalho que é interrompido duma hora para outra (reitero, não há inocentes nesse episódio), por criar mais uma vez expectativa e pensar que “agora vai”; por imaginar que as pessoas estão no clube por amor ao Internacional e não aos seus próprios egos e interesses particulares. Daí, sou o transgressor que, ainda sem muita convicção, vai lá e pensa que a mística do treinador campeão da libertadores e do mundo pode dar certo, mesmo que já tivesse, sejamos realistas, aposentado. Mas isso é bem feito pra mim. Eu mereço, por tudo isso, ver Rodinei de titular e Uendel batendo pênalti.

Somente eu sou o culpado, em suma, por achar que poderíamos nos classificar, ontem. Por imaginar que o destino nos reservava algo bom na loteria (acho que é competência, em verdade) dos pênaltis, ainda que a rigor tivéssemos dado um chute a gol o jogo inteiro e “achado” um gol na bacia das almas. Aliás, foi só para sofrer e incitar ainda mais o ódio de ser Colorado.

Eu sou o culpado e nesse caso a confissão não é atenuante da pena. A coisa ainda vai piorar mais um pouco, sejamos novamente realistas. Por fim, embora réu confesso, tem uma coisa que eu não sou: burro.

O tempo tá passando pra mim e o Internacional parece que claramente vai ficando pelo caminho.

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