4.8
(36)

Sob o prisma do campeonato, o clássico de domingo nada vale pra eles e pouco terá importância para nós. Poderia, então, dizer que o greNAL de número 438 não vale nada. Só que o contrário disso, penso que vale tudo. Não pelo número ou pela estatística, mas sim, pela perspectiva e mística.

Eu poderia resumir o primeiro parágrafo na celebre, porém já manjada assertiva de que “greNAL não se joga, se ganha”. E se mentira não é, é verdade. Todavia, temos de ir um pouco mais além e para tanto me remeto brevemente ao passado (só para variar…) e volto exatos vinte anos na história. O faço, aliás, resgatando uma entrevista que li algum tempo de Muricy Ramalho e o seu primeiro greNAL. Não sei de onde tirei, salvei o conteúdo apenas num arquivo no meu velho computador ‘386’ – o qual ainda tento aprender a mexer.

Sobre aquele clássico (de número 353), cravou na dita entrevista o Muricy: “O Grenal foi fundamental para sequência do meu trabalho. Ali ganhamos a confiança da torcida.”  Pra quem não lembra, há treze jogos não vencíamos o maior rival. No ano anterior nos salvamos do rebaixamento na bacia das almas, no norte do país, jogo que marcou o último gol da jovem promessa que nos deixou muito cedo e de forma tola: Mahicon Librelato.

Voltando ao jogo, saímos perdendo e assim terminou o primeiro tempo. O lado de lá comemorava já a vitória – com direito a champanhe e tudo mais. No intervalo enquanto eles estouravam a sidra, Muricy não só mudou a cara do jogo, mas começou ali a escrever seu nome na história do Internacional. O zagueiro Vinícius empatou de cabeça e já perto do fim, Daniel Carvalho num chute de fora da área – da meia lua, decretou a virada. Do jogo. E do time. Coincidência ou não, gols de pratas da casa. Aliás, os guris do Inter aprendem bem desde cedo o que significa jogar e ganhar um jogo do Grêmio.

Ali começamos a construir a nossa mística de uma perspectiva vencedora.

É claro que a realidade atual é diferente, ganhamos três e empatamos um nos últimos cinco disputados. Pero no mucho. Sob o manto da perspectiva e da mística, ganhar na casa do adversário, em sequência, vai mostrar à torcida que o time, sim, está preparado para novos voos.

Afora que igualmente irá revelar que a mudança de fotografia surtiu efeito, trocamos uma legião de bundões por jogadores, enfim, com um pouco de sangue nos olhos. Até não tenho certeza, mas acredito que cerca de metade do time que vem entrando em campo como titular nunca jogou o clássico.

Hora de mostrar, afinal, o que vieram fazer por aqui.

E nesse mantra da mística, confabulado com a construção da perspectiva do que virá pela frente, vencer este clássico de domingo é fundamental. Não só irá colocar os pingos nos ‘ís’, como demonstrará que aquilo que fizemos na reta final da temporada passada não foi em vão. É assim o começo de um novo tempo, de uma nova realidade dentro de campo.

Já fora dele, bom, daí a realidade por aqui sempre foi a mesma.

Papai segue e sempre será o maior.

 

CURTAS                                                                              

– Mano Menezes tem bom retrospecto em clássico, porém, todos no comando do lado de lá. Chegou a hora, também, de mostrar a que veio;

– Se a pipa do vovô não sobre mais, o tal do Pipa Benedetto só desce. No meu conceito. Quer fazer charme pra ficar no Boca que o faça, mas não use o Inter pra isso;

– Vendemos o Caio Vidal, nosso vigarinho da bola. Barcellos não para um só dia de me surpreender;

– Não sei de onde tiraram esta negociação com o centroavante argentino. Nem faz sentido uma contratação dessas;

– Lúcida a coletiva de apresentação do Luiz Adriano. Ao menos parece estar com vontade de estar aqui e consciente de suas limitações e obrigações;

_ Gostei mesmo da entrevista do Nico Hernandez. Parece saber onde tá pisando;

– A fila no Gigantinho para comprar ingresso tá dando volta na quadra. Não sabia que tinha tanta gente já aposentada, como eu;

– Muricy ainda falou na entrevista a receita do bolo: Foi uma preparação muito mais mental do que na questão tática”. Bingo! A vitória se constrói nas horas que antecedem a entrada em campo. Lá dentro todos já sabem o que precisam fazer.

 

PERGUNTINHA

De quem foi a ideia infeliz de botar clássico na hora do programa do Sílvio Santos?

 

Torcedor Colorado: pra dentro deles!

PACHECO

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