3.8
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Não vai muito eu seguia como sendo o mais otimista deste espaço. Veja-se que minha primeira manifestação do ano, salvo engano, falava que ainda era possível pensar em título nacional, como de fato o foi com algumas vitórias na sequência, quando a maioria daqui achava que se tratava, apenas e tão somente, de sorte momentânea. Sem adentrar no mérito, a verdade é que chegamos vivos à última rodada e efetivamente sucumbimos nela. É o que ficará marcado na história em comunhão geral, em que pese para nós Colorados o título se fora mesmo naquela derrota patética para o Sport. Leituras meramente distintas, mas com um mesmo resultado.

Não vai muito eu seguia como sendo o mais otimista deste espaço. Aí um belo dia, quando ao certo não sei agora, acordei para a vida e, muito mais que ser tomado por um desencanto, sorvi generosos goles de realidade. E a realidade em matéria de assuntos que envolvem o futebol do Internacional é, sem dúvida, algo que faz terra arrasada mesmo nas mentes mais habilitadas à superação de momentos enfumaçados.

Pois bem.

Dito isso, vai dois dias eu resolvi vir aqui fazer um discurso mais voltado para o otimismo, a ideia do copo meio cheio, não que eu realmente pense que milagres possam existir, mas na tentativa de deixar claro que, embora ruim, se a torcida não acreditar e comprar a briga pelo Inter, não serão os jogadores que o farão sem um fenômeno sobressalente e imediato. Aí lembrei que algumas coisas acontecem dentro do Internacional e beiram o inexplicável, o abstrato. Exemplo são alguns jogadores que parecem atualmente zumbis em campo; saem daqui e jogam futebol com naturalidade e até certa desenvoltura. Outro é uma ideia de gestão que só enxerga o superávit ao final da temporada e esquece que se relegar o futebol dentro de campo a própria sorte, não há dádiva que fará fechar as contas com um time na segunda divisão ou mesmo no último ano de gestão depois dessa desdita.

A realidade do futebol envolve sempre o momento. Se não se pode imaginar a realização de loucuras em prol da construção de um castelo de areia, tampouco é possível pensar que é ao menos razoável alcançar um ideal de gestão de um clube de futebol sem investir, ainda que minimamente, na atividade fim que é o futebol. E essa é uma matemática até mais simples que a simploriedade de vender jogadores a qualquer custo tão somente para bater meta orçamentária.

Não vai muito eu seguia como sendo o mais otimista deste espaço. Aí um belo dia, quando ao certo não sei agora, acordei para a vida e, muito mais que ser tomado por um desencanto, sorvi generosos goles de realidade. Aí quando a bebida parecia querer perder seu efeito para que minha mente fosse novamente tomada pela doce ilusão, lembrei-me que perdemos o nosso melhor zagueiro machucado em janeiro e, tão somente há poucos dias atrás, chegou outro para uma reposição mais ou menos digna.

Transcende o padrão concreto o que acontece, e não é de hoje – registra-se e repisa-se, o que acontece dentro do Sport Club Internacional. E aí, respondendo a eu mesmo – se sóbrio ou borracho para torcer para o Inter, vos digo que é borracho. Os goles de realidade colocaram a mim e ao Internacional na sarjeta.

Na sarjeta.

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