4.9
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Sentei na mesa acanhada do bar da rodoviária, a saber a mesma de sempre, e antes mesmo do jovem atendente rumar para trás do balcão e me preparar “o de costume”, tratei de persuadi-lo a vir até mim – o que o fez – ainda que meio a contragosto. Como se não me conhecesse, foi irônico ao me indagar: “pois não senhor?!”. Em seguida, já me perguntava do que esperar do Inter ainda nessa temporada, do que achava do calvário do coirmão e tal. Antes mesmo que se encorajasse em falar em projeção ao final da temporada, fui logo dizendo – num só tiro e de forma certeira: me traz um expresso duplo!

Nada como um café reforçado para dar uma sobrevida a um torcedor Colorado.

Enquanto sorvo este expresso duplo, penso e logo existo: a meu ver – e esta é só a minha opinião, deixo claro de início, duas vitórias ainda separam o Internacional do seu objetivo final da temporada pouco producente de 2021. Duas vitórias que, novamente na minha opinião, deveriam ser já nestes dois jogos próximos. Ou seja, dia 08 de novembro, uma segunda-feira, um mês antes do término oficial do campeonato brasileiro deste ano corrente, a direção do Internacional deve já começar a trabalhar a próxima temporada, fora e dentro do campo.

Fora de campo, obviamente, cabe a diretoria, de uma vez por todas, assumir a execução do projeto que tão bem vendeu em campanha à gestão do Sport Club Internacional. Suas promessas que fizeram bater recorde de sócios votantes, não os nomes que compunham a chapa e hoje estão no comando. Compramos (e eu claramente me incluo neste engodo) uma ideia de profissionalização administrativa, gestão corporativa de futebol e, obviamente, uma cristalina perspectiva de saída da fila no que tange a títulos, o objeto fim dum clube de futebol.

Na prática, todavia, afora a profissionalização administrativa parcial (amparada inclusive em demissões de muitos funcionários – o que sempre tem os seus dois lados), a gestão do futebol sequer detém ainda a figura do coordenador técnico (promessa vívida de campanha) – o treinador contratado inicialmente claramente se mostrou não ter estofo para o cargo e o substituto, convenhamos, nem preciso falar mais alguma coisa nesse sentido. Já os títulos, bem, alguém aqui ainda sonha com eles?

Dentro de campo a coisa é bem simples. Como não me contento com vaga, apesar do dinheiro que sei que entra – e apesar do entendimento diverso dos colegas colunistas aqui do BV, pouco me importa ir ou não para Libertadores. Se for, provavelmente é a passeio mais uma vez. Uma campanha de primeira fase aos tropeços para cair nas oitavas para um timeco qualquer; com sorte, cairemos nas quartas de final. Nesse contexto, aliás, talvez fosse até mesmo interessante disputar a Sula, competição que realmente temos chances de ganhar e poderia reacender o caminho por títulos.

Ahhh, e por favor: não me venham sugerir pavimentar o caminho de títulos com gauchão. Pois bem. Isso significa que a partir do dia 8, jogadores que claramente não vão ficar deveriam ser até mesmo já dispensados. Todos sabem os que não podem ficar, não serei eu aqui a falar mais uma vez. Despacha, manda embora, sobe uns garotos e já traça a perspectiva dos quais tem bola para o profissional.

Simples como a vida deveria ser!

Enfim, enquanto este dia não chega, acho que pedirei mais um expresso duplo para imaginar, no sorver de um bom café, como serão estas nossas próximas duas partidas com vitória.

Estão servidos?

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