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Minha atuação pela repartição em Porto Alegre se encerrou fazendo meros trabalhos burocráticos, chatos e inúteis. Não recordo a razão de me tirarem do serviço de campo, talvez já me achassem velho naquele tempo, mais ainda que agora, ou foi algum gancho (sabiam que eu detestava ficar preso em algum lugar) por algo que fiz e nem lembro. Ou nem mesmo fiz: era para puxar o meu tapete. Não sei, já faz algum tempo. Ao certo é que não sinto muita saudade daquela época específica, embora sinta falta de muitas pessoas que compunham aquele ambiente e gostavam de mim. E eu, por certo, igualmente gostava deles.

Com a história de ficar preso no escritório passei a ir de ônibus à repartição. Pedi os vales transporte pro rh e todo santo dia fazia uma caminhada de cerca de 20 minutos até o paradão do HPS, pegava geralmente a linha 431 (Carlos Gomes), descia na perimetral, caminhava um pouco mais e chegava, enfim. Na volta era mais chato, ônibus lotado ao final da tarde e tal, até que o meu bom amigo Renato passou a me oferecer carona em alguns dias da semana. Ele torcedor do rival e eu Colorado em qualquer circunstância, principalmente quando precisava da carona dele.

Aliás, torcedor que se preza jamais aceita qualquer imposição por qualquer coisa. O Renato ofereceu carona para um Colorado de verdade e arcou com estas consequências. Foram minutos memoráveis de discussão futebolística em cada viagem dentro daquele Uno Mille dele, mas eu tenho saudade da figura e destes episódios. É meu amigo até hoje, embora faça quase uma década que não nos vemos.

No final de 2006 teve uma janta de confraternização numa galeteria famosa na Plínio. Só fama. Comida meia boca, atendimento péssimo e climatização do local (dada a fama) lamentável – acho que estava mais fresco na rua do que lá dentro. Aquele calor dentro do estabelecimento irritou a todos, principalmente o Renato que fez vir o gerente e a coisa só piorou. Mas a questão em voga é que naquela noite, dias antes da estréia do Inter no mundial do Japão, o Renato cravou que o Internacional jamais seria campeão ante o poderoso Barcelona e, pior, passaria vergonha diante da “seleção catalã”.

Eu não só contestei como provoquei de volta e garanti que seria o contrário, embora aquelas palavras do Renato tivessem amparadas na lógica. Não tinha muita gente que acreditava no Sport Club Internacional que não nós mesmos, os Colorados de verdade.

Pois bem, se tem algum Colorado (sem muita certeza disso, aparentemente) que de alguma forma ficou preocupado com o centroavante do lado de lá, que isso e aquilo, e que deveríamos ter tentado contratar a peso de ouro e tal, vos digo: não é como começa, mas sim, como termina.

E está aí o Sport Club Internacional, marcado nos anais da história, pra não me deixar mentir. O meu bom Renato não superou tudo aquilo até hoje.

Em suma: não é como começa e, sim, como termina. Colorado de verdade sabe bem como é que é.

 

CURTAS          

– Mano Menezes na coletiva matou no peito e disse que a demora na chegada de reforços é responsabilidade dele. Independente de qualquer coisa e do assunto, boto fé em gente assim, que “mete os peito em fronteira”;

– O tal Gabriel Baralhas, se vier mesmo, me agrada. É novo, polivalente e ainda tem algo a almejar na carreira;

– Fico pensando, aliás, se tivesse redes sociais, como hoje, mas em 2006: não teríamos trazido Ediglê e Perdigão do 15 de CB e W. Monteiro, do Caxias. Ou se deixássemos qualquer gaiato da imprensa condicionar contratação…;

– Mas que ta encantada a vinda do centroavante, está;

– Assisti o jogo treino e fiquei ainda mais convicto de que precisamos de um lateral esquerdo;

– Por falar em centroavante, bolei uma teoria da não utilização do Mikael. Só não vou lhes trazer aqui, pois o meu departamento jurídico vetou a publicização;

– Vou me repisar, azar: Papito e Falcão não resistem a um paulistão;

– Digo uma vez mais: não basta só qualidade, precisamos também de quantidade. Não tem dois times pra fazer coletivo neste momento. Se conseguir aliar boas perspectivas a nível de grupo e vier boas surpresas, melhor ainda. A “tentiada”, com certa moderação é claro, é livre.

 

PERGUNTINHA

Alguém vai sentir falta dos boleiros que se foram?

 

No fim, o que importa é a nossa satisfação, Povo Colorado! E azar do gaiteiro. E deles…

PACHECO

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