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Poderia até parecer falta de inspiração ou de assunto, o que não deixa de ter até uma relevância nos nossos dias atuais, mas sabe-se lá o motivo, resolvi ir atrás do que escrevi há exatamente um ano. Perturbador é que permanece tudo igual. A diferença é que não estamos numa fase pré-eleitoral, em que pese já haja burburinho de que alguns perdedores da velha guarda se assanhem, sedentos de poder.

Vejamos o que por mim foi dito, aqui, em 03/12/2020:

O Internacional, a rigor, é aquele time que nunca nos decepciona. Nunca mesmo. Veja-se que agora ele faz voltarmos ao passado, numa espécie de nostalgia reversa, revivendo os tempos inglórios da década de 1990: brigas políticas em torno de desqualificados, dívidas e mais dívidas e a ilusão a cada novo começo de ano – no melhor do “agora vai”; que nunca ia. A diferença, talvez a única, é que naquela época a arrecadação era sofrível, o que difere de agora. Gasta-se mal, portanto, deve-se muito. Naquela época muitas vezes se contratava o que dava: João Santos, Reginaldo, Denilson e etc. – para pior. Hoje se contrata mal por muitas razões e algumas delas possivelmente escusas.

Na década de 1990 também tínhamos times sofríveis, de essência perdedora. Contratava-se jogadores sem alma de campeão ou mesmo uma simples vontade. Vamos combinar que no futebol, cuja cognição está longe de ser muito apurada, a vontade de ganhar já pode transformar a carreira de um boleiro para sempre. Assim como agora (Marcelo Lomba), já tínhamos naquele tempo um deprimido em campo – aquele que achava que Deus ia salvar sua personalidade fracassada; como agora (Zé Gabriel), tínhamos aquele prata da casa que pintava como um bom jogador e logo se descobria que era só mais um conto do vigário. Também tínhamos o bom prata da casa que afundava porque o resto do time era sofrível, tal qual hoje acontece com Rodrigo Dourado ou Heitor; peladeiros tipo Patrick então… Também tinha aquele que se achava craque só porque tinha jogado no Flamengo, embora fosse um perna de pau com letra maiúscula, no melhor estilo Rodrigo Lindoso (acho que nem jogou no Flamengo, mas o futebol hoje tá globalizado). Come, dorme como Uendel e técnicos de renome em fim de carreira. E por aí vai…

O certo é que, sem dúvida alguma, a década de 1990 hoje vive no Internacional.

Revivemos uma nostalgia reversa.

Veja-se que a nossa história é feita mesmo de ciclos vitoriosos. Nem falo do Rolo Compressor. Mas vejamos que depois de uma década de 1970, adentramos a de 1980 piorando a cada novo ano, com brevíssimos lampejos, como em 1989 e depois 1992. Aí foi ostracismo geral, ressalvando 1997 que ao cabo foi salvo por um gauchão. Depois recomeçamos em 2005 e fomos até 2011 (sendo otimista, obviamente). Não conseguimos passar muito de cinco ou seis temporadas ininterruptas de sucesso, vitórias e títulos e logo caímos na real novamente.

E cair na real sendo Colorado é uma merda.

Nos iludimos fácil, fácil, tipo quando aquele nosso amor platônico adolescente de uma hora para outra passa a dar oi pra ti. No fundo a garota sabe que tu gosta dela e se aproveita disso, te faz de gato e sapato, zomba de ti por dentro e por fora. Esse é o Internacional, meus senhores e minhas senhoras: o time que zomba da gente por dentro e por fora. Todos os dias, de todos os anos. Década após década.

Tanto por isso que o resultado do jogo de ontem surpreendeu a um total de zero pessoas. Ninguém esperava uma vitória mesmo, de um time apagado e sem identidade como bem definiu Mauro Loch. Um time que ao ganhar ou ao perder se mostra indiferente. Vive-se no Internacional a política do ‘tanto faz’.

De minha parte, reviver esta nostalgia reversa dos anos 1990 só me faz querer um dia ter voz dentro do Internacional para dizer uma só coisa: tanto faz é o caralho!

O Internacional acabou. Acabaram com o Internacional. Nós torcedores Colorados somos apenas os escombros.

O Internacional acabou. Acabaram com o Internacional. Nós torcedores Colorados somos apenas os escombros.

É uma verdade triste, aterrorizadora e de uma sapiência absurda.

Que coisa! E que bosta!

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