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“Depois, as coisas foram ficando mais difíceis, o time foi cansando e no fim agradecemos que acabou porque esse ponto pode fazer a diferença no fim” (Guto Ferreira, pós-jogo)

O Inter acabou, pelo menos para mim e em dois sentidos: primeiro, considero o clube morto enquanto estiver nas mãos do desse grupo (o MIG) que o dirige há muito tempo e, em segundo lugar, este provavelmente será meu derradeiro texto aqui no BV, com alguma remota chance de eu voltar no futuro. Avisei o Louis, “the boss”. Chegou uma safra nova de colunistas com gás para manter a qualidade e a vivacidade do blog, o que torna minha saída mais fácil.

Começo pelo Inter e a frase do Guto no início do texto. O Inter acabou e o treinador atual reflete isso perfeitamente. Sua entrevista pós-jogo ontem não poderia ser pior nem mais patética. Mas é iluminadora. Não vou repassar aqui o que ele falou pois todos ouviram e sei que todos aqui estão revoltados. O Inter faz tudo errado. Mas é tudo mesmo. Não há NADA certo feito pelo departamento de futebol do clube, pelo menos desde o Mazembe. O problema mais grave, porém, é que isso não vai acabar. O Inter não é mais um clube de futebol, mas um mero balcão de negócios. Os técnicos contratados, exceção ao Falcão, são apenas aqueles estritamente alinhados com os dirigentes, não apenas quanto à visão pobre de futebol, mas também a como “gerir o elenco” visando as negociações.

O desastre é que com essa situação se estendendo por tantos e tantos anos, criaram-se no Beira-Rio hábitos perniciosos que minam qualquer tentativa de nos levantar. Sabendo que técnicos não duram mais que 6 meses, em média, e que no fim serão sempre os técnicos a serem sacrificados, nenhum jogador – seja ele veterano ou novato, seja ele um moleque ou um mais velho – vai respeitar a comissão técnica, seja ela qual for. Nenhum. Jogadores conversam. Quando o cara chega no Inter ele já sabe do que rola lá dentro. Ele já tem ideia dos esquemas e da palhaçada que é. E, então, o que vemos é um time que segue produzindo a mesma porcaria, a despeito dos jogadores, da formação e da comissão técnica. Isso vem de cima, da direção, das figuras que de fato mandam no clube.

Não vejo saída no fim desse túnel e sinceramente cheguei no meu limite. Já tinha deixado a associação de lado e agora deixarei também de acompanhar qualquer coisa do Inter. Não dá mais, não consigo. Só retomo essa paixão numa única situação: quando o MIG estiver fora. Se isso vai acontecer acho pouco provável. Portanto, sei que terei longas férias do Inter. Para os que já pensam em vir com aquele papo furado de “ah, torcedor só de hora boa”, peço gentilmente que guarde para você. Não vou me esforçar para você compreender minha opção e basta que você também faça o mesmo.

O Inter não está morto, claro, mas está certamente em coma, vegetando, sem previsão de recuperação. Um pouco mais de tempo nessa situação e as sequelas podem ser definitivas e nos colocar no segundo escalão do futebol brasileiro de vez. Lembrem-se: o dinheiro vai pra onde se faz mais dinheiro e o do Inter vai minguar pra valer, em breve. E clube sem dinheiro é pequeno e ponto final.

Agora, vamos esquecer tudo isso por um momento. Estou saindo do BV. Quero agradecer demais ao Louis por essa honra que foi a oportunidade de escrever no BV por tantos anos. De verdade, Louis, valeu, meu velho! Cheguei aqui quando grandes nomes históricos do BV estavam saindo também, como o Rafael Severo, por exemplo, entre outros excelentes colunistas. Nestes anos, conheci vários colorados aqui no blog, entre colunistas e leitores. Entre os leitores, alguns excêntricos, outros chatos pra caramba, mas a grande maioria sem dúvida apaixonada pelo clube e gente fina. Vocês se tornaram a minha comunidade colorada, visto que sou goiano e moro em Campinas/SP, ou seja, conheço poucos colorados pessoalmente. Entre os colunistas, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente apenas o André Flores, um cara que admiro muito, ainda mais depois de ver de perto seu envolvimento com o clube. Agradeço demais pela oportunidade única que o André me deu de assistir a um GreNal e ainda na companhia de minha filha de 4 anos (à época) e outros familiares.

Também tive o grande prazer de conhecer o Louis e pernoitar na casa dele, nos EUA. Obviamente já tínhamos uma ideia de como éramos em função do tempo de relacionamento aqui no BV. Mas foi muito legal nos vermos ao vivo, conhecer o pai dele e a Corine. Certamente não quero e não pretendo perder o contato com ele e dos demais colunistas e estou certo de que nos veremos outras vezes no futuro. Talvez uma vez ou outra eu envie algum texto pro BV, mas quero crer que nossos laços se estendem além dele. Espero um dia conhecer pessoalmente também muitos dos (ex)colunistas e leitores do blog, como os atuais, o Rafael Severo, o Marco, CJR, só para citar alguns. Oxalá!

Portanto, amigos e amigas, desejo vida longa ao BV e a todos os seus leitores e leitoras. Vou espiar de vez em quando, mas muito pouco, até menos do que já tenho feito. Mas não me esquecerei de vocês.

Um abraço forte e saudações coloradas!

 

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