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– Eu nem me atentei a isso. Se começar a pensar já na terceira rodada que se está fora do G-4, com um jogo a menos, é paranoia. Tem que ir jogo a jogo, ter regularidade e chegar mais tranquilo. Não pode (ter essa preocupação) na terceira rodada com jogo a menos. Nossa preocupação… Claro. Queremos vencer todos os jogos, estar na liderança. O importante é estar em primeiro ao final do campeonato. Queremos estar entre os quatro e subir – afirma o vice de futebol Roberto Melo ao GloboEsporte.com. [ver mais aqui]

Paranóia. Segundo o dicionário online Priberam, há duas definições:

  1. [Psiquiatria] Designação dada a diversas perturbações psíquicas, geralmente associadas a desconfianças patológicas e erros de interpretação da realidade.
  2. Falta de juízo. = LOUCURA, MALUQUICE

Se preocupar por estar fora do G-4, na série B, seria da parte do Inter um caso de “desconfiança patológica” ou de “erro de interpretação da realidade”, conforme a primeira definição? O caso é fácil de resolver: o Inter está ou não no G-4? A realidade (=tabela) diz que não. Portanto, não há erro de interpretação aí. Nem é o caso de desconfiança patológica, pois não há do que desconfiar, quando se está diante de um fato, certo?

Não sendo, portanto, um caso “psiquiátrico”, a preocupação por estar fora do G-4 poderia ser então, segundo nosso dirigente, “falta de juízo, loucura, maluquice”, conforme a segunda definição acima. Bem, convenhamos que falta de juízo pode ser constantemente atribuída ao Inter, certo? Mas nos limitando ao desempenho na série B (em negrito, para que ninguém se esqueça do que estamos falando), seria falta de juízo ou loucura ou maluquice se preocupar em estar fora do G-4 após 2 rodadas nossas e com a terceira em andamento? Invertamos o raciocínio: seria sensato, juizado, lucidez, ficar tranquilo e não se preocupar em estar fora do G-4 após os resultados parciais da 3ª rodada? O que acham?

Pois eu respondo por mim: só sendo louco para tratar com naturalidade estar fora do G-4 em qualquer momento desse campeonato, que é, lembremos, a série B. “Puxa, Pablo, que arrogância!”, diriam uns. “É essa falta de humildade que derrubou o Inter!”, diriam outros. Deixa eu repetir mais uma vez: estamos falando da série B! Caiu a ficha? Não? Então, mais uma: o Inter está jogando a série B. Nosso orçamento mensal é no mínimo 5 vezes maior que praticamente o de qualquer outro time desse campeonato. Estamos falando de um clube com enorme torcida, estádio de primeiro mundo, orçamento de time top da série A.

Portanto, se há alguma lucidez no Beira-Rio, esta seria a de ter uma meta muito simples: temos que estar em primeiro lugar em todas as rodadas desse maldito campeonato. Não há meio-termo, não há flexibilidade, não há desculpa, não há nada que justifique uma meta menos “ambiciosa” (olha, estamos falando da série B). É claro que no meio de uma rodada, até podemos admitir uma variação. Mas ao final, tem que estar em primeiro. Se esses dirigentes, comissão técnica e jogadores vierem novamente com esse hábito insuportável dos últimos anos de ver maus resultados com naturalidade e de ter sempre uma desculpa pronta para isso, é pra largar.

Pois se cair para a B não for suficiente para mudar a mentalidade covarde, preguiçosa e medíocre, então o que seria? É preciso acabar com as desculpas no Beira-Rio. Essa série B tem que ser vencida de “ponta a ponta”, sem sustos, com sobras.

Menos que isso é inaceitável. Confundir isso com arrogância e falta de humildade é, isto sim, falta de juízo, maluquice.

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