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Pois bem.

Pois é.

Nada como uma colheita justa para fazer justiça no destino de pessoas e… de instituições! Enfim, estamos aí, colhendo o que temos plantado por anos a fio. Desde 2007 temos nos esforçado muito para chegar ao ponto que chegamos hoje, mas por alguma razão insondável, escapamos nos anos anteriores. É karma e, pelo jeito, chegou a hora de pagar a conta da má gestão dos últimos 10 anos.

Dessa vez, merecemos muito e a probabilidade é enorme, embora nunca de 100%, o que sempre deixa espaço para os fãs do pensamento mágico da esperança imortal. Mas, que razões teríamos para crer numa saída dessa crise ainda este ano?

Temos técnico? Não.

Temos uma gestão de futebol transparente? Não.

Temos um elenco equilibrado em todos os setores? Não.

Temos um elenco com personalidade? Não.

Temos um líder no time? Não.

Temos um presidente capaz? Não.

Temos dinheiro para contratar jogadores bons? Não.

Temos histórico de bom futebol nos últimos 12 meses? Não.

Já caímos alguma vez? Não. (o que só aumenta a probabilidade de cairmos, lembrem-se do Louis!)

Temos um objetivo no futebol maior do que superar o Grêmio? Não.

Temos visão de futebol? Não.

MAS, o que eu faria agora, se fosse presidente do Inter? Começaria por simplesmente aceitar o fato de que temos grande chance de cair. Uma vez que esse fantasma deixe de nos assustar, uma vez que pensemos “Ok, digamos que a gente caia, e aí?”, temos chance de ampliar o horizonte e agir com serenidade, sabedoria e lucidez. Feito isso, eu começaria então pela definição de uma comissão técnica que realmente represente o pensamento de futebol e a capacidade de trabalho que queremos para o clube. Não importa se ela vai conduzir o time na primeira ou na segunda divisão. Importa que seja uma comissão para ficar no mínimo dois anos.

Definida esta comissão, começaria então um trabalho sério e prioritário de profunda reformulação no elenco com o objetivo de formatar um grupo que atenda à visão de futebol e às características da comissão técnica definida. Para isso, seriam definidas as dispensas, as contratações para equilibrar o grupo nas posições carentes, além de uma reformulação das categorias de base, de modo a privilegiar a formação de jogadores para estas posições. Começando agora, teríamos avançado bastante até a chegada da nova comissão e esse trabalho prosseguiria durante o primeiro ano, de modo a colher os frutos principalmente para o segundo ano.

SE NÃO FIZERMOS ISSO, seremos o novo Vasco (ps.: falo em termos de gestão), não conseguiremos nos recuperar de modo definitivo e talvez nem consigamos subir de divisão, caso caiamos. É trabalho de médio prazo e que deve estar acima da questão partidária no clube, acima dos grupos. Deve ser algo pelo qual todos tenham comprometimento, seja quem for que vença as próximas eleições.

Vai ocorrer? Não creio, mas torço. Não há indícios de que tenhamos gente lúcida e descomprometida com outros interesses no comando do clube. Mas tudo é possível.

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