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Parafraseando Herbert, que citou Luís Inácio: O Fernando falou, o Fernando avisou, são quarenta picaretas com pés de jogador. Fernandão, o grande Fernandão fez o diagnóstico da zona de conforto e esse bordão vem sendo repetido por um bom tempo no Inter.

Mas a zona de conforto é de quem?

Pensando em jogadores como profissionais, por menos que sejam, é perfeitamente lícito que eles, jogadores, queiram jogar uma vez por semana, folgar dois dias para compensar o final de semana, treinar em um turno e sejam cobrados por desempenho, não propriamente pelo resultado das partidas.

Acho normal que profissionais façam seus pleitos, como viajar em voos fretados, ficar em hotéis de luxo se distanciando um pouco da pobreza da série B. Se eu fosse jogador, faria esses pedidos e agradeceria ao patrão por atende-los, claro, sem abrir mão dos salários em dia e um bixo extra em caso de vitórias, além de uma gorda compensação pelo acesso.

Esse é um lado. O outro é o do clube. Se o clube é permissivo e oferece tudo isso, sem cobrar quase nada, no maximo um afastamento para o sub-23 em caso de atraso, ou um afastamento seguido de um contrato de titularidade, ou mesmo a recolocação em times da série A para quem não tem animo de jogar a B, precisamos questionar quem está na zona de conforto.

Nao quero aliviar os jogadores, mas quero dizer que quem propicia esse conforto todo e quem está há muito tempo nessa zona, é a direção.

Nao apenas porque não cobra os jogadores, não exige  resultados e não reage publicamente, a direção está na zona de conforto porque é a mesma há muito tempo. São todos, nestes últimos anos, gente da mesma linha, estirpe e ideias.

Muda presidente e muda treinador, preparador e jogadores, mas a ideia derrotada segue a mesma, e o conforto segue igual.

Temos um estádio fantástico, uma receita milionária e um manancial de sócios e não ganhamos nada importante. Sempre foi confortável arrotar um título por ano, superar o co-irmão, mesmo com a recopa gaúcha. Nossos dirigentes confortavelmente explicam a grandeza do clube, e claro, seu orçamento,  e confortavelmente as negociatas seguem, como o tal de Neris, Moledo , Alex Santana e Cirino, além de muitos outros, sem nunca esquecer do Anderson.

A auditoria que poderia tirar o sono confortável de quem fez bobagem, ou provar que não fez, é muito cara? Cara quanto? Mais ou menos que o salário do Ernando? Os conselheiros se aproveitam do clube que aconselham? Com ingressos? Organizadas?

Nossa direcao, desde o declínio do Luigi, que carrega o mérito do estádio e mais nada, vive uma confortável sequência de nomes repetidos cujo fracasso redunda em outros nomes do mesmo meio e  grupo, com as mesmas ideias e práticas, e nada de vitórias.

Nao sei de Fernandão se referia a eles também, mas isso precisa acabar.

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