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Conforme havia adiantado, vou falar sobre eleições, até porque sobre o jogo de sábado, pouco ou nada há o que dizer.

Nunca me envolvi na política do clube, nem mesmo votava seja para presidente, seja para o conselho. Tenho alguns amigos que são ou foram conselheiros, outros que querem ser, e alguns que já ocuparam posições dentro da estrutura do clube, mas nunca me animei de participar.

Nesta eleição, contudo, mudei minha posição e resolvi participar com o voto e com opiniões sobre os candidatos.

Meu primeiro ponto é como votar.

Não estamos falando de um município, estado ou país, onde a viabilidade das ideias de um candidato depende do legislativo, por isso creio que o melhor voto é aquele que escolhe um presidente e outra chapa para o conselho. No caso do clube, parece que o conselho não é um órgão gestor, mas fiscalizador, por isso penso que o presidente e gestão seriam mais fiscalizados por seus opositores, ou por aqueles não alinhados no conselho de sua chapa.

Creio que a proposta da chapa 10 mais se avizinha do que penso em fiscalização da gestão do clube, por ter escolhido pessoas desvinculadas com a gestão e que não compactuaram com alguns fatos pouco republicanos do Inter.

Por isso decidi escolher essa chapa para o conselho, na tentativa de maior transparência e guarda do clube.

Para presidente a escolha é mais difícil. Infelizmente, a política do clube se mostrou um pouco confusa, com ditas oposições que há pouco estavam na gestão, e isso vale para os dois candidatos.

Sairemos de um presidente que tentou conciliar movimentos, mas com uma ideia de entregar parte da gestão para os movimentos, em vez de comandar uma pacificação do clube. Medeiros claramente tentou fatiar o bolo em vez de compartilhar a elaboração dele, e a reta final de sua gestão, se é que se pode falar em gestão, será lembrada pelo abandono, seja dos que integravam a gestão, seja do próprio presidente.

De outro lado, essa conciliação por fatiamento conduziu à confusão dos movimentos. O malfadado MIG, do qual parece que boa parte da torcida quer se afastar, não é perfeitamente identificável senão na chapa 1, que não concorrerá à presidência no pátio virtual. Aquino e Barcellos participaram de atos importantes do clube nos últimos anos, um mais vinculado ao CT, outro ao futebol, então apontar qual dos dois seria menos suscetível às ideias do MIG, é muito difícil.

Minha ideia de gestão de clube para o futuro passa necessariamente pela base, pela formação de jogadores, seja para venda, seja para aproveitamento no time. Para a formação, não há necessidade de a base estar junto do time de cima, mas para o aproveitamento, isso é imprescindível. Por isso o CT deveria sair do papel o quanto antes.

A questão é financeira, claro, mas acredito que a gestão do futebol é essencialmente financeira, no aspecto do resultado, ou custo-benefício. Não tenho os números reais, mas creio que Pottker, Natanael e Uendel pagariam alguns módulos do CT, e gestão de escassez é escolha correta.

Nenhum desses jogadores foi imprescindível para o time, embora Uendel e Pottker tenham sido úteis em suas primeiras temporadas,  ambos, mais Natanael, tinham, na base, alternativas melhores. Posso estar enganado, mas nesse período vendemos dois laterais esquerdos da base, e o valor arrecadado não pagou os salários dos que ficaram.

Outro ponto importante, na qualificação da gestão, é a capacidade de conciliar uma gestão com um conselho cheio de correntes. O presidente eleito precisará de diálogo e capacidade de agregar, passando por aproveitar as boas ideias que não são suas, sem deixar de ser o presidente do clube.

Dentro dessas premissas, o candidato em que vou votar é Barcellos, mesmo sabendo dos erros da gestão passada, da qual participou, vejo nele um perfil com mais capacidade agregadora e com ideias mais aproximadas do que penso para a base do clube, além de experiência em gestão.

Não quero desmerecer nenhum candidato e creio que Aquino tem boas qualidades também, mas está mais focado em sua personalidade e história no clube do que nas ideias que defende, e não parece ter experiência em gestão ou capacidade de agregar, sem contar na personalidade explosiva de quem escolheu para vice de futebol, bem demonstrada em recentes entrevistas.

Não quer dizer que o Inter não precise de um pontapé na porta, creio que é necessário e importante, mas a derrota da chapa 1 já é um representativo desse pontapé dado pelo conselho, e creio que a capacidade de abrir portas em gestão é mais aconselhável do que derrubá-las simplesmente.

Bem, são essas minhas considerações, e peço que levem em conta que minha opinião é de quem não tem nenhuma experiência em política de clube, e não conhece nenhum dos candidatos. Lembro, também, que não é opinião do blog e sim apenas desse colunista.

Agora companheiro torcedor e sócio, você decide!

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