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Difícil falar de futebol sem futebol, difícil falar de Inter sem futebol no Inter, e difícil falar sobre qualquer outra coisa que não seja esse vírus que atacou o mundo.

Ainda assim, podemos tentar fazer uma pequena relação. E previsões.

Acredito que teremos mudanças fortes no futebol, decorrentes da parada econômica que causará fortes perdas na economia. Todos sentirão, dos jogadores ao clubes, na torcida, nos impostos, nos prestadores de serviço, naqueles que tem seus negócios no estádio, até os guardadores de carros.

Futebol movimenta uma economia bárbara, muito além do jogo, do resultado, e será um setor com forte ressentimento.

E futebol é entretenimento, diversão, escape de tensões dos torcedores, ou fonte delas, por vezes. Teremos crises de abstinência, certamente.

O futebol vai empobrecer, como o mundo, mas acredito que voltará valorizado, principalmente como encontro de multidões, de catarse coletiva em um mesmo espaço físico.
E a parada vai cobrar uma conta nos campeonatos, uns encerrados sem campeão, outros prorrogados, outros adiados, outros com fórmula alterada para encerrarem no tempo previsto. Será um período de experimentação e muitos erros.

Os jogadores brasileiros estão tímidos nesta fase, pouco falam, pouco se mostram, e pouco exercem o poder do fascínio que ídolos poderiam aproveitar melhor.

Lewandowski doou 5,5 milhões, Cristiano Ronaldo ajuda Portugal, mas vejo os brasileiros quietos. Felipe Melo falou contra o vírus, mas vi poucos mexerem no próprio bolso em questões gerais.

Historicamente, jogadores se ajudam, os bem aquinhoados sustentam clubes que não pagam salários, e sustentam os colegas que ganham pouco.

Mas sinto falta de, neste momento, os líderes de seus times, os ídolos das torcidas, se apresentarem no combate ao vírus e nas demonstrações de solidariedade. Sei que o assunto é só o coronavírus, e que o noticiários esportivo cedeu bom espaço para a informação, mas senti falta de nossos ídolos falarem, ajudarem, se exporem, arriscarem.

Não falo apenas de meter a mão no próprio bolso quando bem recheado, mas de saírem da reclusão e orientarem as torcidas com bons fundamentos obtidos da área médica, e vi os clubes se retraírem também.

Não vi o gigantinho, por exemplo, ser oferecido para montagem de hospital provisório, já que farto de espaço e estacionamento, e parece pouco ou nada utilizado.

Enfim, esperava um pouco mais de liderança do futebol na crise em que vivemos. Ainda é tempo, e essas ações vão, certamente, influenciar no futuro, na retomada. Mas ainda não vi nada.

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