4.6
(12)

O feriado gaúcho me tirou um pouco da rotina, por isso o post atrasado, mesmo com o jogo no domingo.

Desde a rebelião dos vitoriosos que derrubou o Ramirez, assisto aos jogos do Inter sem muita perspectiva de ver algo diferente do que apresentamos nos últimos anos, com exceção do período de Coudet.

Domingo pela  manhã, 11:00, não foi  muito diferente, vendo um jogo que valeu pelos três pontos e por Maurício, e um pouco por Boschilia recuperando a confiança.

Mas segue a tristeza de ver um time que não se defende bem, e ataca sempre pelo mesmo lado inoperante dos últimos jogos. Não é por acaso que o gol saiu depois que Patrick deixou o time, e não apenas por Patrick, mas porque o lado esquerdo deixa de ser o único lado em que as jogadas acontecem, se é que se pode dizer que acontecem.

A ladainha é a mesma, há um script bem claro nos jogos do Inter, e não vai mudar até que mudem as peças que hoje claramente mandam no vestiário.

Saravia fez um bom jogo novamente, ao lado de Mendez e Cuesta, com Moisés salvando gol, em sua melhor participação nos últimos jogos. Não falo do jogo, falo de um lance isolado.

A proteção da zaga é risível. Dourado está em todos os lances de gol do Fortaleza, ou atrasado, ou fora de posição, ou errando o desarme. Dourado é um volante lento, que cada dia fica mais lento, e cada dia justifica menos sua presença no time. Mesmo com um bom lance na bicicleta/puxeta de Edenílson, fomos salvos mais pelos erros adversários e por Daniel, mais uma vez, do que por uma zaga protegida por dois volantes lentos e com passes ruins. Lindos sequer merecia crédito, e ainda parece que saiu contrariado pela substituição.

Edenilson é outro jogador depois da seleção, nitidamente vê chance de ser convocado para a Copa, o que vai fazer com que permaneça no Beira-Rio por mais um ano, ou, se tudo der certo, virar moeda de troca no fim da temporada. Fez o gol, mas é um volante que se recusa a marcar e quer ser protagonista do time, mesmo sem condições para isso. Acho que é o atual goleador do campeonato, um paradoxo incrível.

Essa busca pelo protagonismo fez com que Maurício saísse no intervalo. Não há outra explicação. Depois de uns 15 minutos buscando o espaço, Maurício se achou no campo, tomou conta do meio e fez o Inter ter a bola e chegar perto da área adversária. Claro, esbarramos, como seguiremos esbarrando, na mancada do lado esquerdo, na preferência por jogar com Patrick.

Isso fez com que o time arriscasse de fora da área, foram mais conclusões que o Fortaleza, embora sem o mesmo perigo, mas mostrou que o time buscava concluir, já que a bola do lado esquerdo significava a tentativa da jogada individual sem nenhum sucesso.

Edenílson, quando recebia a bola, girava para a esquerda. Yuri, fica mais para a esquerda, e Saravia pouco se aventura sem companhia, e seguimos inoperantes.

Yuri até tentava se desenvencilhar dos zagueiros, mas também joga isolado. Perdeu um gol que não poderia ter perdido. Tirando Maurício, nossos meias não aparecem na área, não jogamos em bloco, e, contra um time que recompõe com velocidade, o isolamento do ataque é constrangedor.

No segundo tempo, entra Boschilia, recuperando a confiança, se movimentando bastante e chutando. Boschilia entra para dar mais liberdade para Edenilson, e time é superado pelo Fortaleza, que domina o jogo, mas não consegue concluir. Entra Guerrero, Saravia é expulso, Edenilson na lateral é uma pá de cal no jogo, até o ingresso de Heitor, ou a saída de Patrick. O time perde a referência ruim e retoma o jogo novamente, mais aberto, com Yuri mais agudo e Edenílson como referência. O gol sai nos acréscimos, depois de uma bola espirrada pela defesa a insistência de Yuri em permanecer na jogada. Edenilson acerta em chutar, já que Guerrero estava escondido atrás dos zagueiros.

Foram 3 pontos importantes para dar tranquilidade. No turno, foi um ponto em dois jogos, e agora somamos 6. Em tempos de sobrevivência, não há como deixar de comemorar a pontuação, embora o futebol esteja ausente. Mas creio que será assim até o final do ano.

O Fortaleza é bem treinado, principalmente se considerarmos que é formado por jogadores que não deram certo em seus times nos últimos anos, talvez com exceção de Pycachu. Titi é o capitão, Jussa joga, Robson fez boa temporada no Coritiba ano passado, e só. Crispim prometia na base e foi pro ostracismo, creio que estava no Guarani, e Lucas Lima é reforço. Esse é o Fortaleza.

Ah, o Beira-Rio é um baita estádio, de dar orgulho mesmo. A homenagem à Revolução Farroupilha ficou sensacional, dando cores à cidade.

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