Mauro Loch

Precisamos falar sobre D’Ale

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Bem, D’Ale é o cara! Se alguém tinha alguma dúvida sobre isso, foi espancada no ano passado. 11 em cada 10 colorados admitem que não cairíamos com ele em campo, porque D’Ale visivelmente não aceita perder.

Desde que chegou, o time mudou, e criamos a Daledependência, futebolística, emocional, técnica, racional e irracional. O Inter girou em torno dele, ficou tão tonto sem ele que caiu. Os jogadores giram em volta dele, o procuram em campo, e, isso ninguém pode negar, nunca se omitiu em um jogo, jamais deixou de pedir a bola.

Paradoxalmente, D’Ale é nosso maior problema.

Não pelo que apresenta, mas pelo que vai deixar de apresentar. D’Ale faz 36 esse ano, e, embora tenha corrido como ninguém até o momento, não me parece que siga os passos do Zé Roberto. Ficarei muito feliz de ver o gringo jogando sua bola até os 40, mas acho que temos mais 2 anos, independentemente de jogar mais recuado ou não.

Depois do Aguirre defendi a saída do D’Ale, achei que ele precisaria de substituto, ou que o Inter encontrasse uma nova forma de jogar, acabando com a Daledependência. Mas a saída tinha que ser gradual, progressiva, talvez em 3 anos, tamanha a influência dele no futebol do clube.

Nosso presidente mais lembrado o fez de forma abrupta. Depois da pré-temporada, estávamos sem D’Alessandro. Tudo o que não poderia fazer, mas foi apenas mais um dos seus incontáveis erros de avaliação.

A diretoria passada já havia cometido o erro Lucas Lima, um jogador que poderia ser preparado, que poderia jogar com D’Ale, fazer a transição. Tentou corrigir o erro com DeArrascaeta, mas Píffero vetou, e seguiu com os erros de avaliação de Anderson e Seijas. Quem imagina D’Ale sendo substituído por Anderson ou Seijas precisa urgentemente rever seus conceitos de futebol.

São dois os caminhos, um substituto, ou outra forma de jogar; ambos levam tempo. É  interessante ver como o Barcelona preparou a saída de Ronaldinho, e como prepara o crepúsculo de Messi, como tratou do Pujol. De como o Real Madri foi sem Zidane.

Todo bom dirigente sabe que qualquer contratação tem sempre um potencial de risco, que substituições imediatas, de ídolos, são difíceis e tem um risco muito maior, que pode ser minimizado com planejamento.

Considero D’Ale nosso maior problema porque não vejo planejamento sobre sua substituição. Não encontraremos um nome que vista a camisa e ocupe a posição de um dia pro outro, de uma temporada pra outra. Precisamos de um jogador que jogue com D’Ale e o resto do time, que compreenda em campo o que é ser D’Alessandro, que entenda o que é um time girar em torno de um jogador, que assimile o que representa esse jogador. Enfim, precisamos de alguém que aprenda o que foi D’Alessandro.

Ou precisamos mudar a forma de jogar, sem enganche, com transição direta, com troca de passes em velocidade, com laterais avançados, ou sem posse de bola, enfim uma forma diferente do que temos com D’Ale, mas, até o momento, só vi Aguirre tentar.

Gostaria de ter uma solução mágica, um nome certo, um encaixe perfeito, uma garantia de que o valor gasto seria vantajoso, ou mesmo a certeza de que no 4141 com meias rápidos e atacante matador nosso time voltaria às glórias recentes, mas não tenho.

Por isso, precisamos falar sobre D’Alessandro.

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