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Pirita é o nome da pedra, ou mineral, conhecida como ouro de tolo. Para os incautos, é ouro mesmo, tem coloração, aparência e um pouco do peso. Não sobrevive a um mísero teste químico, mas engana muita gente.

Ouro de tolo também é uma música do saudoso Raul Seixas, melancólica, aponta a satisfação da mediocridade.

No futebol, ouro de tolo pode ser uma goleada em um time fraco, e uma boa atuação de um volante jogando adiantado. Assim como o ouro de tolo, engana muita gente.

Cada um com sua grandeza, ganhar do terceiro colocado do Gauchão não pode ser mérito, e sim obrigação. Não importa que tenha vindo de resultados negativos ou fase de testes, se escolheu o time titular depois de um mês de treinos, ganhar é obrigatório.

Jogar bem não, mas isso aconteceu, e muitos apontam que o time encaixou, graças ao terceiro volante, improvisado jogando adiantado.

Ouro de tolo, satisfação com a mediocridade. Importante lembrar, pirita enriqueceu muita gente.

3 volantes, mesmo que joguem no ataque, segue um esquema defensivo e pouco criativo, porque são volantes de origem, e são volantes porque não tem habilidade, drible, improvisação e outros recursos mais afetos aos meias.

Falcão tinha? Falcão é Falcão, assim como Júnior, do Fla, nasceu lateral.

Fato é que Patrick funcionou contra o Zequinha, o time esteve um pouco mais ajustado, e atacou mais. Patrick teve ajuda de Dale, Pottker aparecendo longe da ponta direita e Iago correndo pelos dois.

Dá pra enganar, é possível pensar que o time se resolveu, e com a colocação dos famosos três volantes. Eu devia estar contente, canta Raul, por ter um emprego, ser cidadão respeitável e ganhar 4 mil cruzeiros por mês, mas o mesmo Raul, na mesma música, diz que tem uma porção de coisas grandes pra conquistar, e não pode ficar aí parado.

O Inter ficará parado se achar que resolveu seu problema tático e técnico com a improvisação de um volante na meia extrema do 4231. Ganhará alguns jogos, fará gols e apresentará, algumas vezes, um bom futebol, mas não será um time que gere confiança na torcida e receio dos adversários.

Odair deveria seguir com a fase de testes, experimentar um meia na função do Patrick, testar alternativas defensivas, tentar jogar sem seus medalhões, até que encontre outra goleada e boa apresentação.

Odair não pode se encantar com a pirita, deve testar um meio com mais mobilidade, sem Dourado, um meio sem Dale e sem Camilo, um ataque sem Damião ou Roger, ou pode se sentir satisfeito com a mediocridade.

“Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais, no cume calmo do meu olho que vê, assenta a sombra sonora de um disco voador”.

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