Mauro Loch

O cemitério de talentos

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Vou dar sequência ao tema do Léo Rocha, mas sob outro enfoque.

Leo disse que um grupo deveria ter uns 3 jogadores para cada posição, incluída a categoria de base, e o Inter faz isso, há muito tempo, mas, acho, que de forma errada.

Falo  do famigerado time B, que denomino, faz certo tempo, de cemitério de talentos, onde enterramos todas as nossas promessas.

Jogador de futebol opta pela profissão normalmente porque gosta de jogar, dificilmente é uma escolha que se faz aos 16, entre as escolhas de engenheiro, advogado, treinador, professor ou mecânico. O guri vive com uma bola.

Daí colocar um grupo de jogadores, no auge da juventude, sedentos por mostrar que podem fazer alguma coisa com a bola, treinando, treinando e treinando, e ajustando a forma física, depois treinando, treinando e treinando, e no máximo assistindo jogos ou jogando PlayStation, é criar e cultivar um cemitério.

Nao há sentido manter um grupo para jogos amistosos, eventuais, que ninguém assiste ou dá importância, mas é isso que o clube faz.

Já ressalvo que há indícios de mudança neste ano, mas jogar divisão de acesso não fica muito longe do suicidio.

Uma breve olhada no site indica que lá, no B, estão Milla e Ronald, mais Bruno José, que barbarizaram na 17, na Indonesia. Milla  já foi testado no principal, e Argel o colocou para trombar com zagueiros. O guri é rápido, inteligente, chuta com as duas (raridade) e cabeceia, mas é franzino.

La está Ronald, o baixote driblador com uma perna esquerda nervosinha, e o polivalente Bruno José.

Entendo que seja um lugar onde os sub20 com contratos mais longos fiquem depois de completar a idade, quando não acharem clube para eles, mas não entendo contratar para o time B e relegar o sujeito ao ostracismo, como os badalados Goteira, agora Leo Avila, goleador da copinha, ou Leo Coca. DIego é a atual exceção que comprova a regra, e passou pouco tempo no B.

Mas não entendo não jogar com os profissionais, não ter uma chance sequer entre os que o clube considera bons. Isso porque, usando a teoria de Baynes analogicamente, as nabas  puxam o cara pra baixo, e não viram apostas.

O que defendo é uma chance, real, para cada um desses. Quero ver Leo Coca com Dale, com Uendel. Gostaria de ver Leandro, o marrento que Clemer levou para o Glória, jogar com Charles e Dourado, e também o Ariel. Talvez Leo Avila com Carlos e Nico, e mesmo o habilidoso Yan Petter jogando no lugar do Dale. Conferir se o Juan é o meia que nos falta, e se Bruno José pode jogar em todas no profissional como fazia na base.

O que não admito é nunca ter visto Bruno Gomes, contratado com mais de 100 gols nas categorias de base, jamais  testado, ou Lucas Marques, segundo volante disputado, técnico  e bom chutador, ser testado na lateral, e por aí vai.

E não adianta ficarem longe do time principal, nunca vistos, obrigando o treinador a buscar informações em vez de enxergar o que procura, valendo-se da opinião de quem não conhece, ou assistindo um jogo esporádico. Assim como não adianta colocar uma promessa no meio de nabas e dizer: “é hoje tua única chance”, como fizeram em Criciúma.

Precisamos tratar melhor nosso time B, ou não tratar.

Tem gente acordando às 4:30 pensando no grenal, texto pra desopilar.

 

 

 

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