Mauro Loch

MEU NOME NÃO É JOHNNY

4.7
(12)

O momento era de estancar a sangria das derrotas e falta de gols, e obter uma vitória de qualquer jeito.

Foi o que aconteceu. Não houve “melhora” do time, embora, considerando apenas resultados, o acréscimo é evidente.

Começamos bem, novamente, e um pênalti a meu ver escandaloso, sonegado. Mano voltou à estrutura do ano passado, com um volante, dois meias que marcam, e Alan Patrick liberado, mais Alemão e Pedro Henrique na frente. Alan Patrick com liberdade é quase um atacante, sem função de marcação.

Ressalto isso porque, já venho falando algumas vezes, a segunda linha de marcação do time, na frente dos zagueiros e laterais, é uma linha de 3, que corre de um lado para o outro, sempre no combate lateral. Isso acontece porque Mano não monta a linha de 4, seja com Alan Patrick, seja com Pedro Henrique, e não fazia com Maurício no time também.

Ano passado, fosse com Maurício ou com PH, ou mesmo com Wanderson, essa linha era mais clara, e ainda ajudada por Alemão.

Este ano (e desde a lesão de Gabriel), Mano, sem a velocidade de Gabriel, optou por uma linha com menos combatentes, e o resultado é óbvio.

Aliás, espero que a balela da preparação física tenha ido pras cucuias novamente. Os volantes cansavam por correr errado e marcar pelos 3 ou 4 atacantes que Mano escalava.

Desde já, não sou contra 3 ou 4 atacantes, mas a função de marcação destes precisa existir, senão os defensores ficam sobrecarregados, e os laterais também.

Isso Mano mudou pouco ou quase nada. São poucos os momentos em que o time faz essa segunda linha, e quando entrou Igor Gomes na lateral, nem a primeira linha de 4 funcionou, daí a pressão do Bahia nos momentos finais.

O desequilíbrio do time não é na preparação física, embora possa se notar alguns jogadores sem muito arranque ou empuxo na dividida, nosso maior problema está na distribuição da marcação, e na mecânica do ataque também.

Claro que nossas individualidades não estão respondendo como no ano passado, mas já no ano passado, com Alemão iluminado, se dizia que precisávamos de um centroavante, e que com um centroavante, Wanderson e PH melhorariam muito. Esse centroavante ainda se espera chegar.

Alemão caiu muito, parece mais pesado, e está se atrapalhando com a bola. Sofreu um pênalti escandaloso do goleiro, mas era bola pra marcar um golaço encobrindo o goleiro, já que o lançamento foi perfeito, assim como o deslocamento, mas pecou demais na finalização, como tem ocorrido com todos os nossos centroavantes que jogam.

O time melhorou com PH por ali, não é por nada que o gol sai de intervenção do PH, que cabeceia, mas está marcado, preocupando zagueiros. E o time piorou com o ingresso de Luiz Adriano, pouco móvel, pouco se oferecendo. Melhorou muito com Renê e Wanderson, reeditando, com De Pena, a construção de jogadas pela esquerda. O gol sai de troca de passes entre eles, perto da área do Bahia, até o cruzamento do Wanderson.

Tahuna Lara foi mal, pior dos jogos desde a lesão de Renê. Precisa muito trabalhar a parte defensiva, e principalmente o momento de arriscar passes. É um lateral forte, com chute e cruzamento, mas tem errado muito atrás, talvez até pelo seu aproveitamento na frente. É uma opção que precisa fazer logo, pois se quer seguir como lateral, precisa trabalhar o posicionamento defensivo.

Os nomes do jogo ficaram entre Johnny e John (e o comentarista da SporTV, bem preparado, errou os nomes o tempo todo), um com participação nos três últimos gols do time, fazendo dois, e o outro por não levar gols fáceis e fazer defesas difíceis, meio inexplicáveis. Se um contorcionista não explicaria como a perna salvou o gol do Metro, um físico não explica a trajetória da bola a partir do toque em Thaciano. Mas o fato é que a bola não entra, e é John que está na meta, com os zagueiros mais tranquilos para recuar bolas.

Acho que ainda não é o goleiro ideal, até porque a amostragem é pequena, e tanto Daniel como Keiller estrearam muito bem nos primeiros jogos, mas a fase do Keiller é terrível, principalmente no quesito segurança da defesa.

Johnny fez o gol, chuta no segundo gol a bola que sobra para Wanderson e fez uma boa partida, embora com erros de passe no primeiro tempo. O detalhe, não vi Johnny cansado, mesmo para receber a bola no meio, avançar e chutar aos 52 minutos do segundo tempo.

Espero que afastada ou abafada a história da preparação física, as cobranças sobre o treinador sejam mais explícitas, e que Mano entenda que o time precisa ser mais protegido para não tomar gols e fazer os seus, ainda que na base da individualidade.

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