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Um grande filósofo e treinador disse que o gol é um mero detalhe. É uma das frases mais corretas e mais criticadas do futebol, abstraindo o contexto em que foi pronunciada.

Quando o time é bom, joga bem, tem qualidade, o gol é só um detalhe, que, inclusive, pode ser do outro time.

Por isso não me foquei no resultado ruim de 1×1 do bom jogo de futebol da quarta-feira, mesmo considerando que o Corinthians fez seu melhor jogo da temporada, e vinha de um baile dos chilenos pela Sula, jogo que ganhou por dois detalhes.

Prestei atenção no Inter, na mudança de esquema, nos passes de primeira, nas inversões, no início de um tardio entrosamento.

Sou crítico do Zago, não o acho suficiente, mas não posso deixar de reconhecer que foi nosso melhor jogo. Tudo bem que Lomba operou 3 milagres contra 1 do Cássio, Neurer também fez contra o Real, mesmo antes da expulsão.

O Inter massacrou o Corinthians no primeiro tempo, com total domínio do campo todo, inclusive da área deles, onde entramos com relativa facilidade, por qualquer dos lados e pelo meio. Considerando a exaltada força defensiva deles, 6 oportunidades, sendo 4 construídas, não é pouco. As deles foram de bolas espirradas. Faltou um detalhe.

Mas porque?

Atribuo ao esquema que deu liberdade de movimentação  ao Dale e Nico, que apareceram mais perto da área. Edenilson se movimenta muito e abre espaços, e Carlinhos avança o suficiente para criar jogadas que aproveitem seus bons cruzamentos com ambas as pernas. Até jogada do William pelo meio aconteceu. Dourado era o senhor dos rebotes, e o abandono da saída em trapézio, trocada pelo triângulo com os zagueiros abertos, deu mais opções. Risco? Sim, finalmente, time grande corre riscos, ou o Barça jamais jogaria só com 3 defensores com Guardiola.

Isso que Uendel foi mal, consolidando a ideia de que é lateral,  e que Gutierrez deve assumir a vaga, já que em poucos minutos mostrou qualidade e bom posicionamento.

Um timaço? Não, um começo, um alento para quem viu a derrota para o Cruzeiro, poucos, bem poucos dias atrás. O espermatozoide fecundou o óvulo. Só isso.

Cometemos erros defensivos, mas a defesa está mais segura, gostando de passar e lançar em vez de meros chutões. Parece que Zago abandonou a segunda linha de 3, e ou Dale ou Nico fizeram o 4 homem, ainda que mais avançado.

Mas os 3 pontinhos do título do post têm sua razão. Ano passado fizemos uma belíssima apresentação contra o galo, no primeiro jogo do brasileiro, animadora, e ficou por ali.

Quarta, contra o Corinthians, Zago errou nas três substituições, talvez perdoado pelo Gutierrez, e o time voltou a depender das individualidades.

Este é meu senão:  foi um jogo?  Foi  pelo adversário? Foi um acidente?

Veremos amanhã, mas foi alentador. Vamos nos classificar na quarta? Não sei, mas quem viu o primeiro tempo não duvidaria. Quem só viu o segundo, fique pessimista.

p.s.: Não gosto do Lomba, mas merece um destaque.

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