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Gostaria muito de estar falando sobre o desempenho do INTER, da estreia de Bustos, de um meio sabe-se lá como seria formado, e Gabriel como volante, etc….

Mas um estúpido e ignorante resolveu atirar uma pedra no ônibus do adversário, e não há outro motivo para isso senão celebrar a própria estupidez.

Infelizmente não foi o único episódio de violência no futebol brasileiro no final de semana, cuja escalada de ignorância  segue acompanhada da impunidade e de um rol de desculpas que pouco se sustentam.

Não há desculpas para violência, menos ainda contra o adversário, menos ainda contra o time adversário.

Até entendo que uma pessoa direcione sua raiva ao seus time, jogadores, direcao; futebol é movido pela paixão, e é parte disso extravasar as emoções. Emoções, pois nada justifica violência física ou moral, ameaças de violência, ou coisas do gênero.  Difere de cobranças, há um abismo entre ameaças e cobranças.

Mas contra o adversário? Torcedor ou o time, ou patrimônio?

É muita estupidez.

O papel do adversário é ser adversário. Esportivamente falando, o adversário não é seu amigo, não será seu parceiro, entra em campo para fazer você sofrer, ser derrotado. O adversário não será fofo ou querido contigo. É o papel dele no entretenimento futebol, na competição esportiva que ė o campeonato. Se não fizer isso, pode até ser punido.

Daí é incompreensível agredir fisicamente o adversário, principalmente fora do ringue do futebol, senão, repito, para celebrar a própria estupidez.

A questão que se impõe é se vamos “normalizar” isso; se vamos dizer que outros também fazem, repetindo conhecidos episódios de lado a lado, ou lembrar o passado de agressões, pedir uma punição e partir pra próxima, como tem sido feito há muitos anos, e o exemplo maior disso é cobrar do clube adversário os prejuízos da destruição do patrimônio, encerrando o assunto na questão financeira.

Precisamos de tolerância zero nos ataques aos adversários, seja às pessoas, seja ao patrimônio. E isso precisa estar no regulamento da competição. Depredação, agressão, é perda de pontos e exclusão na repetição. No mundo atual, cheio de câmeras filmando tudo nesses espaços, não é difícil identificar os entusiastas da própria estupidez, e enquanto os clubes não sofrerem as consequências, não teremos medidas efetivas.

Deixo de lado qualquer ilação sobre gravidade ou não do ocorrido. Felizmente as consequências não foram graves no aspecto pessoal do atleta, que já treina e que, espero, tenha pronta recuperação em todos os sentidos.

Não é mais possível tolerar essas agressões, nem mesmo colocar culpa nos erros da parte pública ou privada do que é uma  operação de jogo de futebol. Não pode haver espaço para agressão.

Muito criticada a fala do presidente Barcelos, e com alguma razão, mas tocou em um ponto sensível,  costumeiramente esquecido nesses episódios: o papel da imprensa.

Óbvio que tomaria uma enxurrada de reações por parte da imprensa, o que mais identifica o acerto. Nossa imprensa tem vivido, apoiado, e, em algumas situações, incitado a violência, o comportamento agressivo, o embate pessoal. Óbvio que não toda, mas TODA silencia quando vê ou escuta a celebração da rivalidade sendo extrapolado. A imprensa não critica a imprensa quando extravasa a sua emoção de torcedor em direção ao ódio contra o adversário. E acontece muito, tanto que já normalizamos o comportamento agressivo de expoentes identificados,  colocando na conta da rivalidade.

Seria um começo a mea culpa geral,  dos clubes, torcedores, pais, árbitros, amigos, inimigos, imprensa e todos os envolvidos no futebol. Sem mea culpa, só acusações, é mais do mesmo, e já vimos onde isso acaba.

O único que ouvi fazendo mea culpa, até o momento, foi Carlos Guimarães, da Guarda, mesmo assim, criticando outros segmentos antes. O resto, segue a mesma toada.

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