Mauro Loch

MANUAL DE ENTREGAS

3.5
(23)

A questão não passa por jogar bem ou jogar mal, mas por abdicar do jogo, pois foi isso que fizemos ontem.

A discussão que se estabeleceu a partir da derrota do jogo de posição do Guardiola, em um ataque muito bem construído pelo veloz time do Chelsea, se perdeu a partir da atuação do time.

O Inter começou arrasador, com uma intensidade que não se via desde os tempos de Coudet, marcando a saída de bola, retomando e construindo jogadas, mais pelo lado esquerdo, em uma boa atuação de Maurício, ainda sem se entender muito com Taison. Com a ajuda de Moisés, também, o time finalizou 5 vezes em 15 minutos, além de Lomba ter sido mero espectador. Creio que a posse de bola ficou em assustadores 80% nesses 15 minutos.

Aí veio o inexplicável (ou a repetição), ou, como já dito anos atrás, o gol fez mal ao Inter.

O pênalti, novamente muito bem batido por Edenílson, marcou o início de uma nova etapa no jogo, que culminou com o empate do Sport.

A partir do pênalti, abdicamos do jogo. Nem vou entrar em termos técnicos agora usados, como baixar as linhas de marcação, ou optar por um jogo de transição. O fato é que, no popular, passamos a jogar absolutamente nada.

O time parou com a saída de bola construída, resolveu dar passe longos, um eufemismo para os balões sem direção e sem força. Não havia coordenação de contra-ataques, e a marcação, excelente nos primeiros 15 minutos, passou a ser desorganizada, apática, quase passiva.

Some-se a isso a péssima jornada de Lomba na devolução da bola, não apenas optando por ligação direta, mas errando todos seus “lançamentos”, e uma nada surpreendente péssima atuação de Lindoso, errando passes fáceis e se escondendo na saída de bola.

A partir de uma marcação no nosso campo, Moisés e Lucas abusaram de cometer faltas com o jogador adversário de costas, proporcionando ao Sport a única maneira que tinha de chegar na área do Inter. Nosso segundo gol veio de bola parada, e fez novo mal ao Inter. O segundo tempo foi, novamente, de um time sem vontade de chegar na frente, e que proporcionava mais espaços e posse de bola ao adversário.

Veio o pênalti e o empate, este depois de uma bola espirrada em que Nonato, depois Lindoso, não conseguiram tirar a bola da frente de nossa área, depois também de bola facilmente perdida por Patrick no ataque.

Aí o Inter acordou, tarde, e apostou na individualidade de Patrick para tentar alguma coisa, e agonizou sem tentar, em último lance, a bola na área.

Também acho que o pênalti foi inexistente, e que a bola não saiu no gol do Galhardo, e impressiona a rapidez em anular gol do Inter, mesmo sem VAR, mas, reitero, nosso time não pode depender de arbitragem para, em casa, ganhar do Sport, ainda mais desse Sport que foi anulado nos primeiros 15 minutos de jogo.

Meu ponto principal é que nunca havíamos jogado assim com Ramirez, e a reclamação rotineira era que o Inter, mesmo com placar favorável, se expunha na tentativa de ampliar, em vez de recuar as linhas e garantir o resultado, como preconizou o treinador Edenílson.

Mas foi exatamente o que fizemos ontem, recuamos depois do gol, abusamos dos chutões sem direção, especulamos uma bola parada e entregamos dois pontos fáceis de ganhar, para um time muito ruim e mal armado.

Passando ao largo de esquemas e modelos de jogo, a direção precisa se movimentar no quesito contratações, pois temos uma enorme carência na zaga, na lateral esquerda, e não temos um volante que consiga atender qualquer tipo de modalidade ou esquema de futebol.

Inegável que a situação financeira é ruim, péssima ou pior que isso, mas a receita também vem de avanços em Libertadores e Copa do Brasil, e temos carências muito grandes que podem nos impedir de prosseguir, reduzindo receitas. A conta precisa ser feita e reforços precisam desembarcar, mas com status de titulares.

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