4.7
(15)

Não foi um jogo bom, e o resultado também não chega nesse conceito. E pior, é a segunda partida em que deixamos pontos nos minutos finais.

Claro que de formas diferentes, contra o Palmeiras, não soubemos segurar a bola e aceitamos que um zagueiro fizesse um cruzamento de dentro da nossa área, contra o Bahia, Rondinei comete um pênalti infantil em um lance fora do contexto da jogada.

Mas vamos ao jogo contra o Bahia. Não começamos bem, e reencontramos a dificuldade de jogar contra times que se fecham com 11 atrás da linha da bola, e isso ocorrerá repetidas vezes no campeonato, por isso precisamos vencer essa barreira.

Mesmo com o domínio da bola no início do jogo, não estávamos presentes na área do Bahia. Isso se justifica pela escalação, com jogadores com pouca presença de área, exceto Galhardo. D’ale nunca gostou da área, Boschilia é jogador de velocidade, de ingressar na área com a bola ou para finalizar, e Edenilson e Patrick são volantes de origem. Aquela ideia inicial de dois jogadores de área, com Galhardo e Guerrero, fica prejudicada pelo elenco sem atacantes.

Nisso as tentativas eram como se Galhardo fosse Guerrero, ora fazendo parede, ora pivô, e nenhuma dessas é a praia dele, daí nossas jogadas terem ficado na marcação e no último passe. Mas logo no início, D’Ale perde um gol que não se perde.

E o Bahia faz o seu, em erros consecutivos de Zé Gabriel e Cuesta. Os guris vão errar, é um mantra que repito, e não dá pra sacrificá-los nos primeiros erros, como gosta parte da torcida e a maioria da imprensa daqui.

Aí apareceu a intermitência, com a pressão alta na saída de bola do adversário, recuperação rápida e finalização. Esse é o roteiro do gol de Patrick, que, aliás, fez sua melhor partida na era Coudet, o que ainda não me faz pensar como titular, pois acho que atrapalha Boschilia, que seria melhor jogando por ali.

Entendo essa intermitência pelo preparo físico e pela presença de D’Alessandro. Por mais que D’Ale seja  importante na construção de jogadas contra times fechados, lhe falta a intensidade da marcação que é a marca de Coudet, e que é o momento em que o time apresenta melhores resultados.

Entendo também que os guris podem entrar aos poucos, mas Coudet poderia e deveria arriscar mais com quem já demonstrou ter futebol, como o caso de Peglow, e com Léo Borges na lateral esquerda.

Veio o segundo tempo e a intermitência voltou, com novo início de posse de bola e pressão no adversário, mas desta vez com mais gente dentro da área, sendo que Cuesta recuperava bolas na intermediária do campo do Bahia, e o gol era questão de tempo.

Pena que veio em um pênalti meio Mandrake, meio cavado, e pior, com discordância entre o árbitro e VAR. Árbitro brasileiro quer sempre aparecer, principalmente depois que o mercado abriu portas para os ex. E VAR também é árbitro, e se discordou no primeiro, iria cobrar a fatura, e cobrou. Por isso não fiquei satisfeito com o gol de pênalti, porque penso que faríamos outro logo, sujeitando o Bahia à pressão ainda maior.

Depois do gol, a intermitência, a falta de pressão e um jogo mais cauteloso, esperando o Bahia se abrir. Na teoria, tudo ok, mas a prática revelou menos ambição do que deveria ter nosso ataque, mas ainda assim era um jogo controlado, com os avanços do bom Elber controlados. Mas o time caiu muito com a saída de Uendel, não por ele, mas pela falta de Saravia na direita, onde não fazia sua melhor partida, mas jogava nos dois campos.

Uendel era uma substituição certa, e Saravia no seu lugar não foi uma ideia boa, acabando por matar os dois lados por onde o Inter tinha escape com bolas longas.

Coudet então não fechou a casinha como os críticos vinham falando, e colocou dois atacantes mais verticais e móveis do que os dois que saíram. Marcos Guilherme perde um gol por dominar mal um passe magistral de Abel Herrera, cada vez mais necessário no time, e Coudet erra de novo com Moledo no lugar do lesionado Jonnhy, que não fazia a exibição como contra o Palmeiras, mas estava em todos os lugares na marcação.

Aí, no final, Peglow perde uma bola e não tínhamos a marcação de frente pro atacante, faz a falta no mesmo lance em que Rondinei faz a besteira do jogo.

Há uns dias ou semanas atrás, dizíamos que Coudet tinha achado seus 11 titulares, mesmo com as dúvidas sobre Lindoso ou Musto, e Marcos Guilherme, mas tinha encontrado uma dupla com Guerrero e Galhardo, mas não tinha banco, e isso ficou bem claro com a lesão de Guerrero.

Esperamos que as chegas de Abel e Fernandez possam atenuar a perda, e que, agora com Jonnhy, Nonato e Praxedes, mais Peglow, Léo Borges e até Cesinha, que não estreou, o treinador ganhe mais opções no time titular, e consiga uma estabilidade de intensidade que ainda não encontrou depois da pandemia.

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