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Encerrando o ano não é possível deixar de comentar a esmagadora vitória de Marcelo Medeiros sobre seu, em tese, concorrente.

Só não é mais esmagadora que o incrível índice de ausência de sócios que votaram. Eu entre eles, pois não participo de nenhuma forma de política do clube. Na verdade, espero uma mudança legislativa que determine eleições entre os associados e gestão proporcional, avessa à formação de grupelhos defensores de próprios interesses. Mas isso é conversa para outro momento, talvez outro foro, e muito talvez para outro redator.

O que fiquei preocupado é com a manifestação do presidente reeleito, dizendo que 2019 é ano de títulos, conquistas. Entendo o discurso,como discurso, até porque 2018 foi um ano privado de títulos.

Assim, espero que seja a manifestação inflamada após uma importante vitória percentual, depois de um momento de intensa campanha corpo-a-corpo nos lados do Beira-Rio. Porque há algo que precede títulos, e isso nos falta.

O primeiro é futebol. Não apresentamos futebol para o lugar que ocupamos no Brasileirão. Não que isso seja muito relevante, pois há conquistas importantes sem futebol; contudo, são raras, e muito mais difíceis, e, provavelmente, efêmeras. Não a conquista, mas as apresentações.

Cobro futebol do Inter, seja ele de desarme e ataques contundentes, de postura mais defensiva do que propositiva, ou de futebol de toques rápidos e coletivo, meu preferido, que há muito tempo não vejo no meu time, salvo raríssimas exceções, como um ou outro gol neste ano.

Isso passa por qualidade e dedicação. A qualidade está no domínio, no passe, na finalização, não necessariamente no drible ou lançamento. Vendo o River acertar vários passes de cabeça, ontem, fez-me a diferença técnica que existe.

Dedicação é o outro ponto. Isso significa que o jogador talentoso deve entender que faz parte de um time, e não o time precisa jogar em função de um jogador talentoso, mesmo que isso dê resultados algumas vezes.

E falo, principalmente, da base, onde os talentos são criados e forjados, e onde muito se vê jogadores que só querem marcar gols e construir um nome em vez de jogar na melhor posição para o time. Já perdemos alguns talentos nessa proposta individualista e mesquinha.

O segundo ponto que precede títulos é organização, inclusive financeira. É fato que o Inter deve, assim como é fato que não é uma dívida impagável ou difícil de administrar, e também é fato que pode se tornar impossível de se administrar com algumas poucas bobagens.

A saúde financeira do Inter foi firmada no conceito deformar e vender, comprar bem, vender melhor, praticada por FC nos áureos tempos. Aí são diversos nomes como Pato, mesmo Luis Adriano, Giuliano, Taison e o grande negócio chamado Damião.

Erros aconteceram e vão acontecer novamente, lembrando  Pinga, Mathias e tantos outros, mas poucos do tamanho de Forlán e Juan, culminando com Anderson.

Meu ponto é que formávamos jogadores, e, principalmente, eles jogavam. Muitos não deram certo, mas havia, pelo menos, uma tentativa. E as últimas vieram com Aguirre, de onde surgiram Dourado e William.

Não defendo um time só de guris, até porque isso foi feito por incompetentes e caímos na série B, mas entre Gabriel Dias e Charles ,prefiro que Charles dê errado, usando como exemplo, e lembrando que Iago só entrou por falta de opção. Talvez não seja o melhor lateral do Brasil, mas até a queda generalizada do time, deu conta do recado e ainda pode render um bom dinheiro ao clube.

Só que vender exige reposição, e não adianta repor com Gabriel Dias e assemelhados.

Enfim, porque alonguei demais o texto, espero que a promessade nosso presidente recém reeleito seja precedida de busca por qualidade e dedicação no futebol, e boa gestão financeira, principalmente nas contratações. Aí a consequência é a promessa: títulos.

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