4.1
(10)

Essa é daquelas derrotas que doem muito e são poucas as explicações possíveis, mesmo em um time que já tem uma cara nova, mas com remanescentes que não podem continuar no clube.

Eu, no estádio, vi pênalti (de longe), achei um movimento do defensor, mas revendo o lance na TV, acredito que a bola sequer bate no braço do jogador. É difícil acreditar que o árbitro, vendo de mais perto, com todos os ângulos possíveis, tenha marcado o pênalti e ainda expulsado o responsável.

De qualquer forma, bem batido, gol, e ainda ampliamos em um belíssimo gol de Bustos, que merecia um gol depois de fazer as vezes de lateral e ponta direita do Inter.

O gol do Botafogo foi acidental, não veio de pressão ou jogada armada, era o Inter que controlava o jogo, mas mesmo assim, em bola rebatida, o atacante sai do meio de três jogadores e chuta uma bola improvável, que bate em Daniel e entra. Estava marcado pelo forte, rápido e voluntarioso Moisés.

O Inter não parou, e foi rodando a bola de um lado para o outro, tentando achar uma oportunidade. Wanderson chuta por cima, David não acerta o cabeceio, e perdemos uma ou outra oportunidade em passes errados ou domínios que atrasaram as jogadas.

Aí veio o segundo tempo, com o ingresso de Taison. Wanderson já havia saído para o ingresso de Alemão.

Era um jogo tático fácil, como no primeiro tempo, ganhando, com um jogador a mais, era rodar a bola de um lado para o outro esperando uma oportunidade ou falha deles para sacramentar a vitória.

Mas Mano errou feio. Em vez de colocar David aberto por um dos lados, o colocou centralizado ao lado de Alemão. Taison, que nunca foi jogador de lado, também afunilava para o meio, e a única jogada pelos lados era com os laterais, sendo que, pela direita, Bustos seguia atacando e defendendo, ante a inoperância crônica de Edenílson, tanto no ataque como na defesa. Pelo outro lado, Moisés, desta vez sem alguém para orientar onde deveria estar e como cruzar.

Ao invés de rodar a bola, o time começou a tentar furar a linha de marcação compacta onde tinha mais gente, ou pelo alto, onde reinaram Carli e Gatito. Tivemos uma ou outra oportunidade, e acho que não chutamos nenhuma bola de média distância.

O gol de empate veio em nova falha defensiva, com dois jogadores livres quase na pequena área, depois do primeiro cabeceio.

Aí Mano fez ingressar Maurício e Pedro Henrique, tardiamente. Maurício deveria ter entrado quando saiu Alan Patrick. E piorou quando deslocou Pena, a cabeça organizadora do time, para a lateral esquerda.

Depois ingressou Cardorini, saindo Bustos, mas não foi Edenílson para a lateral, e sim Maurício ficou resguardando o lado.

Ou seja, para privilegiar o jogador estrela das redes sociais, Mano colocou um guri que nunca teve cacoete de marcação, e por isso não assume a função do 8, e que não tem na velocidade uma de suas características, para marcar o contra-ataque do Botafogo.

O que se viu foi um show de tentativas individuais, bem sucedidas apenas com Pedro Henrique, em um time sem conjunto, sem organização e com a ideia de cruzar bolas para a área na tentativa de um toque mágico. Quase deu certo.

A fatídica virada veio de sucessão de erros, mas muito pelas escolhas de quem defenderia e quem atacaria, aliás, essa parece ser uma sina, de escolher muito mal que defende.

Mano perdeu a invencibilidade no jogo mais fácil taticamente que teve.

Lamentável a postura do time depois, mesmo com a indevida flauta em campo, o descontrole de alguns jogadores levará o time a perder peças importantes, embora algumas não deveriam estar jogando, e, de fato, não estão, mesmo em campo.

O time completo precisa de um centroavante. Mano tem sido teimoso achando que David é jogador que pode atacar pelo meio, já que suas únicas contribuições foram de assistências. Por mais tosco que Alemão seja, ainda é centroavante que pode finalizar, sem construir as jogadas, e mesmo Cardorini pode ter função de finalizador, mas David não consegue.

Na zaga, na bola parada, Mano trocou a marcação individual que Medina usava pela marcação por zona, que considero mais eficiente, mas está muito mal treinada, principalmente na segunda bola. No segundo gol, eram dois jogadores livres do meio do gol até o poste; talvez seja erro individual, mas é erro grotesco.

Enfim, uma vez mais perdemos a chance de obter uma melhor posição na tabela e ganhar mais tranquilidade, e ainda perdemos peças importantes para um jogo que deveria ser fácil na próxima sexta.

Seguimos precisando de um capitão que fale com o time, e não por redes sociais. Mano já tinha optado por Gabriel, e errou na mudança para Edenílson, assim como errará o Inter em manter esse jogador que está apenas ocupando espaço.

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