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Assistir ao jogo do estádio é diferente do que pela televisão. Sem replay, as jogadas ficam com a primeira impressão, o que é compensado pela visão total da disposição dos times em campo. Fui ao estádio também movido pela estatística de Roberto Gilnei Jr. e seus aniversários.

No terceiro jogo sem Odair, fica a certeza de que a demissão foi correta, e que o erro não foi demitir, mas não buscar um tampão de forma rápida e transparente. Se os pretendidos são Eduardo Coudet ou Roger Machado, a mudança é radical na orientação da diretoria. Em campo, no entanto, a mudança é pequena, parece gradual, mas existe e é perceptível, embora longe do que o time precisa.

A primeira notícia é o ingresso de jovens e sua manutenção. Heitor foi mal contra o Avaí, mas estava em campo ontem, junto com Bruno Fuchs, que também não havia tido boa jornada em Florianópolis, e teve uma atuação ruim em um lance ontem, justamente o lance do gol vascaíno. Se Moledo não se recuperar, o próximo jogo define se a estratégia de queimar jovens promissores foi abandonada ou se mantém mesmo sem Odair. Heitor e Bruno tiveram erros individuais que quase pioraram a situação do time, mas ainda são melhores que as opções, e evoluem rápido.

A outra mudança foi a entrada de Sarrafiore, pela primeira vez em seu tempo no Inter, jogando fora dos limites da linha lateral, pelo meio, ora pela esquerda, ora pela direita, mais perto da área e mais livre para tentar jogadas. O time melhorou muito com ele em campo, e ele também ganhou mais tempo.

Contudo, nosso treinador segue refém de um esquema improdutivo, e amarrado a algumas peças que não justificam estar em campo, seja analisando o momento, seja analisando o próprio jogador.

O primeiro deles é Bruno Silva. Não há motivos para um volante que perde todas as jogadas e não sabe marcar ficar entrar em campo, Bruno Silva flutua  sem ser produtivo em nenhuma situação, seja defendendo, seja atacando, seja na bola aérea. Não protege a defesa, não tem velocidade e não sabe sair jogando. Não fosse Zeca fazer o papel dele na saída de bola, ainda estaríamos trocando passes na defesa entre os laterais.

Outro que não justifica sua presença é Patrick, seja no meio, seja na lateral, seja como o atacante que tem atuado nos últimos jogos. Patrick perde muitas bolas, e não é sua função perder bolas, isso é para Nico, Guerrero e D’Ale, que tem algum talento para drible e finalizações. Patrick é responsável pelo buraco no meio na marcação, pois sua “vocação” para o ataque, recém descoberta, é desproporcional ao tempo de retorno para recomposição do sistema defensivo. Se a função for  atacar, há outros melhores que ele, que produziriam mais para o time.

Sei que alguns esperam que fale de Nico nessa turma, mas Nico é um dos jogadores mais importantes do time, só que muito mal utilizado. A primeira jogada combinada do Inter saiu aos 30 do primeiro tempo, na primeira vez que Nico se aproximou de DAlessandro pela direita. Não foi Nico que perdeu duas chances, uma só com o goleiro, de direita, outra em bola rolando na perna esquerda; foi D’Ale. Também não foi ele que, dessa vez, chutou sobre o goleiro quase na pequena área, foi Guerrero. Sarrafiore entrou, mas Nico não poderia ter saído, e sim Patrick, ou Bruno Silva. Se Nico não tem feito gols, pelo menos assusta, leva marcação e tem drible, Patrick não tem nada disso, muito menos Wellington Silva, outro que nunca justificou seus ingressos, e acho que nem gol impedido tem.

O Vasco é um time ruim, apenas bem armado de acordo com seus adversários, pelo bom Luxemburgo, que cresce nas adversidades, e tem desaparecido em times com qualidade. Luxa não se defendeu com 11, postou o time atrás, mas limitou dois atacantes à cercania da linha do meio campo.

Também pela primeira vez o Inter não se defendeu com 11, havia uma postura mais avançada, ainda que pela demora na recomposição de Patrick, e embora a covardia se repita na bola parada. Só não fez gols, ou fez um, a meu ver, absurdamente anulado. Digo isso porque a tal “falta”, que não aconteceu, em nada interferiu no lance. O zagueiro não iria cabecear a bola e não atrapalhou o goleiro, e o chute de D’Ale foi posterior ao lance, não imediatamente, e foi fora da área, com tempo suficiente para defesa se armar. Mas o Inter, vencendo, passaria o Corinthians. Também achei pênalti não marcado, acho que em Bruno, que foi deslocado dentro da área, no ar. Se foi Falta do Cuesta, foi pênalti no Bruno.

Mas erros de arbitragem, com ou sem VAR, são frequentes, e a falta de critérios é o que mais assusta, embora nem tanto se considerarmos que o líder da arbitragem na CBF é o fraco Gaciba. O time precisa superar isso, não superou contra o Cruzeiro, nem contra o Vasco, e Libertadores no ano que vem fica muito distante.

O Inter teve posse de bola, teve chances, foi muito superior ao Vasco, que teve em seu goleiro o herói do dia, mas falta qualidade ao Inter, e um pouco mais de coragem.

 

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