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Um comentário de um participante do blog chamou minha atenção. Disse que já fazia tempo que futebol do Inter não era entretenimento, e agora voltou a ser.

Perfeito, voltei, e acho que voltamos, a gostar de ver o time jogar. Confesso que sou um pouco aficionado, talvez um misto de masoquista no meio, e sempre gostei de ver o time jogar, mas o efeito não era diversão, mas preocupação, raiva, angústia, em doses brandas, mas existentes.

Desde o primeiro jogo do time do Coudet isso mudou. Mesmo nos jogos ruins, e os primeiros foram, principalmente se comparados com os recentes, havia uma esperança ao ver guris em campo, em ver jogadores mais posicionados tentando algo diferente, mesmo que não conseguindo resultados, nas alterações e até contratações.

Pois com o tempo que a maior parte da torcida concedeu ao treinador, os efeitos do trabalho apareceram com vigor. As substituições foram feitas, até novas contratações, há mais jogadores nas partidas e aos poucos opções aparecem.

Começo pela recuperação de Nonato, que tinha ido muito mal nos primeiros jogos, a ponto de pensar que o guri seria arquivado. Mas o cabeludo renasceu, sei lá por qual motivo, e é o segundo bom jogo que fez (ainda acho que o anterior foi melhor), se credenciando para a substituição de Edenílson, que jogou em posição diferente da que vem sendo utilizado no time titular.

Outro que vi destaque, e que achei pardalice no início, foi Zé Gabriel na zaga. Só ontem fiquei sabendo, na narração, que era atacante em seu começo de carreira e que no Inter foi recuado para volante, o que explica a calma da caneta sendo o último homem da zaga. Coudet o colocou como zagueiro e vem dando boa resposta.

Saravia impressionou pela velocidade na recuperação, mas visivelmente sofreu com o campo sintético. Aliás, o time todo, até uns 20 minutos, não entendeu como a bola corria no campo. Pottker levou todo o tempo em que esteve em campo para isso, e acho que ainda não conseguiu.

Moisés exibiu grande diferença entre os reservas da posição, e o preferido da imprensa, Patrick, não mostrou nada demais para tanto alarde de alguns colunistas. Segue como jogador limitado e individualista, que consegue algum resultado em arranques e trombadas, mas não fecha com o estilo que Coudet parece implementar. Demorou muito a entrar no jogo e não achei que acrescentou muita coisa.

Sarrafiore decepcionou, mas jogar com Pottker deve ser um tormento mesmo. Sem apresentar muito futebol, e confuso na movimentação, pelo menos marcou presença na área. É pouco pelo que se espera dele.

Lindoso é outro que se apresentou mal, mas dentro de suas características. Um time voltado mais para o ataque, com necessidade de movimentação exige características que Lindoso não vem apresentando, nem mesmo na função ocupada por Musto.

As substituições mudaram um pouco o time. Galhardo é bem mais incisivo que Pottker, por incrível que pareça, e Praxedes acrescentou o inusitado da bola mais complicada, como naquela bela enfiada para Sarrafiore.

Enfim, temos um treinador que usa o gauchão como laboratório, tanto para confirmar situações como para criar novas. Insistiu com Nonato e obteve resultados, e acredito que deve arquivar Pottker, esperando que Pato e Netto tenham mais chances. Achou um novo zagueiro, temos lateral direito, rejuvenesceu o time, deu mais mobilidade ao futebol e mais opções no ataque e defesa. Precisa resolver o substituto da lateral esquerda. Nos treinos, o empresário do Cesinha, que subiu aos profissionais, disse a um conhecido, em termos elogiosos, que os caras da comissão técnica são loucos, obstinados, talvez explique porque Pottker se apresentou mais fininho ontem.

De fato, voltamos ao entretenimento.

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