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O problema do Inter, já faz algum tempo, é a falta de jogadores decisivos, que, nos momentos importantes, não apenas chamem a responsabilidade, mas executem a função com eficiência.

Não é de agora. Carlos errou gol sozinho contra o goleiro, Nico errou contra o Fla, Lomba deixou entrar pênalti batido em suas mãos, e a conta é grande.

Ter bons jogadores não é apenas suficiente, ou, olhando de outro lado, é no máximo suficiente, mas não se dá o passo seguinte. E o Inter está cheio desses exemplos, de bons jogadores que não são decisivos quando necessário.

Edenílson não é mau jogador, faz bem sua função, mas, invariavelmente, peca quando mais se precisa dele, seja no aspecto técnico, seja no aspecto anímico. Além de errar o pênalti contra o Olímpia, ontem errou chute dentro da área, e não soube fazer a falta antes do segundo gol do furacão.

Não vou falar de Heitor porque, embora aguerrido, não tem se apresentado bem no aspecto tático, tomando péssimas decisões em horas erradas. Diferente do que é Bruno Mendez, jogador que, até o momento, além da imposição por baixo e por cima, tem se mostrado decisivo quando o Inter é atacado.

Seu companheiro Cuesta já não tem acompanhado o ritmo. Cuesta nunca foi decisivo, pelo contrário, é jogador que erra em momentos cruciais, como fazendo a falta na linha da área e cortando bola pra dentro da área no segundo gol. Contra o Olímpia, o time não foi exigido na defesa.

Moisés é outro de quem não se espera muita coisa, alterna pouquíssimos bons momentos em atuações normalmente abaixo da média, e anda nervosinho, louco por uma briga.

Dourado é da turma do Cuesta, com o detalhe de errar também em momentos decisivos, como contra o Sport ano passado. Ontem, no momento de recuperação de bola, errou um passe simples, e também falhou contra o Olímpia, em lance salvo por Daniel. No erro do Cuesta, ontem, não dividiu a bola com o Vitinho, no segundo gol, é lento, é posição que precisamos de um jogador rápido, e não temos.

Nossos atacantes também pecam no quesito de serem decisivos, ficando muito claro contra o Olímpia, e também ontem, embora ontem fosse jogo de meio de tabela.

Não foram poucas as chances criadas nesses dois jogos, e, se lembrar ano passado e gauchão, a mesma coisa. Na hora em que mais precisamos, falta alguma coisa. Não são jogadores ruins, longe disso. Nem mesmo o criticado Galhardo é ruim, não é a toa que foi vice goleador ano passado, fez gol de cavadinha contra o Olímpia, e errou, em pelos menos duas oportunidades, na frente do goleiro, além do pênalti que sacramentou a eliminação. Ontem, em cabeceio fácil, colocou longe do gol.

Yuri é jogador com mais recursos, tem velocidade, cabeceio, chuta com os dois pés e tem drible em velocidade, além de um bom porte físico, mas errou tudo nos últimos jogos, desde cabeceios fáceis até chutes encima dos goleiros. Ontem, no 3 contra um, optou por um chute fraco quando o passe era a melhor situação.

Não posso cobrar da gurizada que foi bem ontem, como Cuestinha, Caio e Vinni Mello, essa característica ainda, sendo certo que Caio errou muitos gols em momentos importantes, mas o erro faz parte da formação dos guris. Muito embora Yuri seja ainda um guri, já tem mais rodagem que Caio, e poderia errar menos em momentos importantes.

O fato é que o Inter tem se recheado de jogadores medianos, até bons, mas que deveriam ter a carga e a competência de serem decisivos nos momentos importantes, e isso não tem acontecido. Maurício apareceu muito bem, Boschilia se recupera ainda de forma lenta e Taison segue como diferencial do time, mas são jogadores que chegaram há pouco (Boschilia muito tempo lesionado) para pedirmos serem referência nos momentos importantes, mas que, certamente, se tornarão importantes.

Damião, por exemplo, não era um primor de técnica (embora sempre diga que lambreta em argentino não é pouca coisa), mas se apresentava decisivo em vários momentos importantes.

Esse perfil de jogador é que o Inter precisa buscar, para completar o rejuvenescimento que veio com PV, Maurício, Palácios e a turma da base, que precisam olhar para alguém e saber que completará a jogada importante, ainda que seja só uma, para o gol, de forma eficiente e decisiva.

De outro lado, a permanência desses jogadores no elenco do Inter vai impedir que os recém-chegados se tornem decisivos. Enquanto tivermos Patrick reclamando de qualquer jogada que não seja pra ele, Edenílson errando chutes de dentro da área e Dourado e Cuesta sendo ineficientes na defesa, não aparecerão outros jogadores decisivos, como foi a grata surpresa do Bruno Mendez.

Esses jogadores que chamam a responsabilidade mas não executam travam os demais, e o exemplo ontem foi perfeito, com Caio chutando, depois Boschilia carimbando a trave. Lembram da última vez que chutamos de fora da área daquela parte do campo?

De resto, o time melhorou, e não há mais desculpas para melhorar mais ainda, com as semanas cheias para treinar. Nesses dois últimos jogos, a melhora foi visível, e os erros nas conclusões mostram que o time tem produzido, mas não tem sido decisivo. No intervalo, com 2×0 contra, tudo indicava um time cauteloso para não levar goleada, mas voltou um time disposto a se recuperar. Talvez tenha sido a melhor percepção do dia.

No momento, há muito que recuperar, principalmente a pontuação, e não temos mostras que chegarão contratações, ainda mais com a notícia da calamidade financeira.

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