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Tenho uma festa para ir no domingo, 16:00 hs, na qual espero ver um show. Minha dúvida é com que roupa eu vou, por isso peço conselhos ao personal stylist da vez, Antônio Carlos Zago.

Minha ideia inicial é comparecer garboso e estiloso, orgulhoso de estar na festa final, em casa, mesmo que se prolongue para o outro final de semana. Acredito que, se aproveitar bem o período inicial, o final da festa poderei assistir sentado numa confortável poltrona, quase adormecendo, esperando os fogos anunciarem o fim e o início das comemorações.

Para isso, tenho que escolher a roupa certa. A cor é vermelha, na camisa ou camiseta, e, pensando que é uma festa gaúcha, imagino que a bombacha seja apropriada, já que é bem costurada nos lados, ajustada nas pontas, e no meio, a cintura, também fica justa, deixando o resto com certa folga de movimentação, ocupando os espaços conforme a ginga, conforme a dança.

A camisa, ou camiseta, não pode ser apertada, daquela que qualquer esticada descobre o meio, ou melhor, a barriga. Atacar pelos dois lados, oopps, esticar os dois braços, nem pensar. Essa não serve. Tem que ser  uma camiseta folgada, que permita sempre o meio campo, quero dizer, a barriga, bem protegida, principalmente quando resolver alongar Nico, quero dizer, um braço. E tem que ser por fora da bombacha, pois quero movimento; se o braços levantarem o resto vem junto, nada de ficar preso no próprio campo, quero dizer, na cintura.

Nada de chapéu, não quero o centroavante, quero dizer, minha cabeça, presa, amarrada em uma coisa parada, que até pode ter certo estilo, mas me parece um tanto ultrapassada, tal qual o boné, ainda mais se for virado, dando a ideia de que a cabeça não olha pro gol.

Vou de tênis novo, só usado uma vez, e que fez um baita sucesso, pegando pênaltis um de cada lado, e arriscando umas saídas, quero dizer, uns passos de dança. Por mais receio que tenha, o tamanho da confiança deve ser igual, mas protegendo das pisadas alheias, pois será meu único, não há opção. Aliás, nesse item, nem preciso do stylist.

Não quero saber de nada apertado, algo parecendo ferrolho, ou cinto de três pontos. Sei que dizem que é mais seguro no carro, mas cresci usando o básico, de dois pontos, e, por vezes, nem usava. Nuca tive acidentes, mas lembro de grandes alegrias. Então, nada de aperto, de camisa de força. Equilíbrio é a palavra, tem que combinar, tem que permitir que o time, quero dizer, o corpo, se mexa, tenha desenvoltura, tal qual uma tabela de D’Ale e Nico.

Ah senhor stylist, sei que a onda é revival, mas nada de Paulão e Anselmo, quero dizer, paletó com ombreiras e mangas arregaçadas. Algumas coisas não deram certo, não adianta insistir. Ombreiras estão fora de moda e só ficam bem no vídeo do tears for fears. Mangas de paletó arregaçadas nunca deram certo, nem mesmo Rob Lowe no primeiro ano do resto da vida dele.

Por fim, não tenho medo de chuva. Se o tempo ficar ruim, nada de encher o time de volantes, quero dizer,  capa de chuva e galochas. Se a festa começar boa e ganharmos o olhar de uma  alemoazinha, nada de se garantir se cobrindo com defensores, quero dizer capotes. Quero deixar as outras olharem também, vai que sento na minha poltrona confortável com duas ou três.

Que te parece stylist?

p.s.: entrou na festa, jogue, quero dizer, dance a música do dono. Chega de falar de regulamento. Ganhe no campo, quero dizer, na pista de dança.

 

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