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Cada macaco no seu galho é um dito popular que escuto da minha mãe desde que me entendo por gente. Depois, descobri que é uma das mais importantes regras profissionais do mundo moderno, e talvez do antigo também.

E se aplica ao futebol.

Primeiro, ao nosso fiel adversário. Cuidem do seu time. Se jogam do mesmo jeito seja contra quem for, o que é uma inverdade, falem do seu time, seja contra quem joguem. Se o Inter jogou retrancado, como várias vezes fizeram,  limitem-se a isso, opiniões sobre como nos portamos ou portaremos, e sobre nosso tamanho, não cabem ao adversário. Não foi só deselegante, como não foi a primeira vez, foi burrice.

Eu entendo, bateu o desespero, a frustração. Não apenas porque não ganharam, mas porque todos viram que é possível marcar o time do grêmio, que não tem uma infinidade de Messis que entrarão driblando defesas adentro.

Isso não é problema para o Brasileirão, mas é para mata-mata. Dois empates sem gols geram pênaltis, e bate o desespero. Eu entendo a frustração, e entendo o nervosismo, o sistema não é imbatível. E sobre jogar de forma covarde, não vamos longe, basta rever contra o Real, um time cagado que perdeu. Cada um com sua história, cada um no seu quadrado.

Cada macaco no seu galho vale para o Inter também. Patrick fez uma bela partida como volante. Zeca não é do meio. Quem não jogou, não tem nada que provocar depois do jogo.

Defensor defende, atacante ataca. Defensor que não sabe defender, não serve. Atacante que não sabe atacar, não serve. Defensor que sabe defender e se vira bem no ataque, é um plus; atacante que sabe atacar e vai bem defendendo, é um plus.

Odair armou o time para não ganhar, e substituiu para não ganhar. Não admito, mas entendo. 6 defensores, 3 atacantes que marcavam, desses 3, dois que tem dificuldades para atacar, Rossi e Damião. Damião eu entendo, é finalizador, só isso.

Odair armou nossos três atacantes para defender. De novo, entendo, não admito. Os três defenderam bem. Tirando dois erros do Fabiano, o time foi bem defensivamente. Aguirre, no SP, perguntado sobre as oito partidas sem derrota, disse: bem, aprendemos a não perder, agora precisamos aprender a ganhar.

Aí outro cada macaco no seu galho. Odair bateu no teto. Sim, mudou o estilo do Inter, tem troca de bolas, passes e, de vez em quando, uma troca de posições e uma infiltração. A troca de passes se identifica com aquele clichê de filmes de ação: a pontaria é certeira no treino, mas no meio do tiroteio, nem carregar a arma conseguem. Na primeira marcação alta, o time despacha o chutão.

Odair tentou, mas chegou no seu limite, que é exigir que atacantes defendam e ataquem, que defensores ataquem e defendam, mas não consegue isso em todos os jogos. Não consegue que o Inter deixe de ser preguiçoso.

Basta ver o gol do Corinthians, que também joga defensivamente, e com atacantes marcando. Pedrinho se livra de dois (isso é atacante que sabe atacar) em um drible ousado, passa a bola, e, na área do Palmeiras, 5 gambás. Gol.

No grenal, o Inter recuperou bolas, mas nossos atacantes não sabem atacar, e nossos defensores sabem atacar muito pouco, quase nada. Revejam o arranque do Iago no segundo tempo, sem driblar, deixa dois adversários para trás, e cruza, Lucca se atrapalha, passa, Rossi, vendo Fabiano passar, tenta um chute com a força de sua estatura. O Inter se resumiu a isso.

Não vejo problemas em se defender com atacantes, o mundo todo faz isso, com raríssimas exceções, mas vejo problemas em se defender com atacantes que não sabem atacar. Pottker entra cansado, destoa fisicamente do resto do time (o gordinho Patrick correu o tempo todo), e perde muito tempo tentando dominar uma bola. Nico não joga, com a desculpa, certa ou não, de que não sabe defender. Damião, mesmo no meio campo, leva uma eternidade para chegar na área; só se salva Lucca, até o momento. Rossi, com a bola, foi constrangedor, mesmo raçudo, com vontade. WS, nunca vimos jogar o suficiente.

Quem fez o gol do Corinthians foi um meia, o mais avançado do ataque naquele momento. No Inter, nem atacantes entram na área, quem dirá os volantes, já que não temos meias mesmo, só volantes e D’Ale, o resto não joga mesmo.

Sobre os pênaltis, nenhum foi, nem o do Fabiano. Cortez se joga ao sentir o braço, mas lateral tem braço, não pode sumir. Antes, eram três resultados possíveis, ou ganha ou empata ou é roubado. A soberba conduziu ao ou ganha ou é roubado.

Mas cada macaco no seu galho, temos que fazer gols, com atacantes que saibam atacar. Defender com 10 é fácil, atacar com 5 ou 6 é que é difícil. Odair, como todos sabiam, chegou no seu limite, agora é com a direção querer mais ou ficar satisfeita. Eu não estou

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