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Ao que tudo indica, temos a possibilidade de ter o campeonato brasileiro antes do gauchão, ou mesmo de o gauchão ser encerrado sem finalizar, creditando-se ao Caxias o campeonato.

Gauchão sempre  me importou pouco, exceto na era em que valia mais que Libertadores, mas nos tempos atuais, tomo como preparação do time, tipo uma pré-temporada mais longa, com jogos oficiais e pegados. Não chegaria ao extremo de jogar somente com time alternativo, pois mesmo pré-temporada precisa de alguns embates mais sérios para ver como anda o treinamento do time.

Fora isso, teste para gurizada, afirmação de promessas, certificação de ruindades, e por aí vai.

Este ano, pelo jeito, servirá para pouca coisa. O time começava a engrenar, com duas apresentações muito boas na Libertadores, depois de um começo atravancado. Navegando mais tranquilo, Coudet poderia ter testado mais jogadores da base, e até alternativas para o esquema, com ou sem jogadores novos, mas essa pandemia retirou os jogos do calendário.

Aí, provavelmente, vamos para o Brasileirão com o que vimos nos últimos jogos, e não acho que faremos feio. Gostaria de lutar por um título, e vejo a copa do Brasil como mais perto, dependendo de um número pequeno de jogos em um calendário que promete ser apertado.

Mesmo assim, mesmo com ambição, não serei aquele cobrador implacável de taça no armário, porque a transição do time, neste ano, é algo inevitável.

Ontem, assisti de relance, alguns comentários sobre o Fluminense de Odair, e o comentarista dizia que não tinha visto nada no time do Flu, principalmente em termos de criação de jogadas. Já vi esse filme, e por um longo tempo, daí afirmar que a transição não seria tão ruim assim.

Depois de Cristian nos brindar com a regra de ouro da economia que nunca foi aplicada no Beira-Rio, vejo reforços apenas na minha ideia de um ano de transição, de melhoria, de mudança do esquema (qualquer que seja) de jogar por uma bola e esperar que o adversários faça alguma coisa, inclusive um erro que permita ganhar o jogo. Essa transição importante, em que a bola importa, mas apenas se der utilidade à redonda em vez de trocar passes em seu próprio campo, é que seria meu primeiro desejo no retorno do futebol, com ou sem torcida.

Tive um treinador de squash que dizia: “te preocupe em jogar uma bola boa, que o problema será do teu adversário”. Não precisa ser aquela bola matadora em cada raquetada, mas uma bola boa. Nossa transição deve ter essa preocupação, boas bolas, bons passes, bons chutes, bom posicionamento, boas defesas, e o gol será um mero detalhe, uma consequência de repetidas bolas boas.

Assim também os títulos, virão como consequência de boas apresentações, talvez não inesquecíveis, midiáticas, retumbantes, mas boas apresentações, seguras, definidas, organizadas.

Vendo o Liverpool, lembro de Nando Gross perguntando o que Klopp tinha ganho até algum tempo atrás, e seus interlocutores não tinham resposta, senão títulos médios, sem brilho, e ele seguiu seu trabalho, melhorando o time, fazendo aquisições pontuais e importantes, até ganhar os dois títulos que mais importam aos europeus.

Não dá pra comparar, mas dá pra olhar, ver e aprender.

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