4.6
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Pois é senhores, o ano futebolístico acabou, quarta é só um jogo de exibição do Galo, para sacramentar o que fez ontem.

A melhor notícia do ano foi o rebaixamento do rival, mas temos que lembrar que olhar para o lado de lá deve ser entretenimento e não compromisso. E o fato de essa ser a melhor notícia diz muito sobre o péssimo ano do Inter no futebol.

Faço ressalvas pelo ano sem pré-temporada, de ajuste financeiro e organizacional (o clube não trabalhava com orçamento), e conturbado pela presença da pandemia. Alguns acertos mais nas áreas fora do futebol profissional, talvez o maior deles na base, mas os resultados não serão imediatos, apesar do título.

E o novo ano começa sem nenhuma desculpa do ano anterior. Provavelmente teremos torcida, teremos pré-temporada, novo treinador e um clube arrumado do ponto de vista organizacional, embora ainda com as finanças combalidas, mas com perspectivas melhores.

O ponto é a reformulação do elenco. Não é qualquer elenco, é um plantel formado por jogadores que há muitos anos estão no Inter, e não renderam nada nesta temporada, sendo mais eficientes na derrubada de treinadores e em opiniões sobre como jogar do que jogando futebol.

Não são jogadores ruins em sua maioria, alguns têm números excelentes, outros até receberam prêmio de melhor jogador na posição (que acho que não ocupa quando joga), mas é certo que o grupo sofre da famosa fadiga dos metais, e que, como grupo, não serve mais ao Inter.

Vou nominar, o que tenho feito regularmente. Dourado, Lindoso, Patrick, Edenílso, Cuesta, Lomba e Moisés não deveriam ficar no Inter. Alguns vão ficar, outros parece que já foram, como Lomba. Outros não fazem parte do grupo, mas não devem ficar independentemente do que se pensa sobre a condição técnica: Zé Gabriel e Boschilia.

Sim, todos titulares, os primeiros, e a pergunta é o tamanho do problema em mudar tantos titulares de uma temporada para outra. A resposta é: Fortaleza. Ou, se pensarmos em quem tem bastante dinheiro, o Galo. É só ver quem era titular na temporada passada, e quem terminou titular esse ano. Ou seja, nem essa desculpa mais existe.

O começo é o treinador. Tudo indica que Aguirre deve sair para a Celeste. Seria o melhor dos mundos. O Inter seria grato a quem lhe tirou de uma situação difícil, mas que não soube ir adiante quando precisamos, e não haveria desembolso financeiro.

Quem escolher? Fácil, ouvir os nomes sugeridos pelos veículos da RBS, e descartar todos imediatamente. Sobram poucos. Se estrangeiro ou não, experiente ou não,  tanto faz; mas que venha com o  respaldo que Ramirez não teve. E por respaldo, digo que, no primeiro embate com os jogadores, que prevaleça o treinador.

Desmanchar o grupo que comanda o vestiário é a principal tarefa do clube. Serão trinta dias entre o fim da temporada e a reapresentação, mais uma pré-temporada e gauchão, significa que há tempo suficiente para remodelar, repensar, planejar e implementar. Para quem teve oito dias no ano passado, é um luxo.

Teremos erros, sim, a própria permanência de alguns jogadores já é um erro que parece fatalmente cometido. Se o Bahia nos deve por Zeca, devolvam o Moisés e tragam o Daniel ou o Gilberto. Tauan Lara pede passagem e Moisés será o tranca rua da lateral esquerda.

Mas se é certo que erros serão cometidos, que não sejam os mesmos erros. Se Ramirez foi um erro, pelo menos foi um erro tentando fazer algo diferente; o que não pode se repetir é repetir o erro nas tentativas, e o Inter tem sido mestre nisso. Um erro que deveria ser abolido é jogar com quatro volantes, seja lá qual a função que exercerem, lembrando que se o sujeito é volante, não deve servir como atacante.

O fato é que 2022 já começou para o futebol profissional, e o Inter precisa de mudanças significativas, dentro  e fora de campo, mas seria muito bom que começassem, dessa vez, por mudanças dentro do campo.

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