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Jogo 1: Inter vencia o jogo por 1 x 0 quando em bola perdida, o lateral direito da Chapecoense dribla Pottker, vai ao fundo e cruza para o “2º pau”, onde Leandro Pereira, as costas de Moledo, de cabeça, empata o jogo.

Jogo 2: Inter vencia o Corinthians por 1 x 0 quando em escanteio o pequeno Romero cabeceia no meio de 5 jogadores do Inter, a bola bate no travessão e sobra limpa para o jogador adversário só empurrar para as redes, já que o zagueiro responsável por sua marcação não acompanhou a jogada.

Jogo 3: Em lateral, a bola é alçada na área, onde o atacante do Vitória ganha a disputa sobre a zaga colorada, alçando a bola para o seu companheiro que na dividida com Emerson Santos acaba o último fazendo gol contra.

Jogo 4: Inter vencia o jogo por 1 x 0 quando em escanteio, Adryelson, da base do Sport, no meio da zaga colorada, sobe so;zinho e cabeceia para o chão, empatando o jogo.


Pela primeira vez desde o campeonato, o Inter sofre gols em 4 jogos consecutivos. Foram 6 gols em 4 jogos, sendo que 4 destes gols (os gols das duas derrotas de virada) contra equipes do Z4.

Em comum, não apenas o cada vez mais confirmado estigma de ressuscita morto, mas o fato dos gols terem sido sofridos em jogadas aéreas.

Antes destes 4 jogos:

  • O Inter não havia sofrido nenhuma derrota por virada até então.
  • A zaga tinha tomado apenas 13 gols em 24J (média de 0,54 gols/jogo)…
  • O Inter era líder ou tinha pontuação de líder
  • O título parecia cada vez mais uma realidade possível de ser concretizada

É possível argumentar que 2 destes jogos foram com a zaga completamente reserva, e apenas no 1º deles a zaga titular estava completa… Mas isso perde relevância quando se enxerga o contexto: em 3 dos 4 jogos o Inter tinha o placar favorável, contra adversários desesperados ou desinteressados, e boa parte dos gols foram originados através de bola parada…

Isto denota falta de concentração, um relaxamento natural de quem acha que a vitória vai continuar a vir de forma natural… Quando esta mentalidade impera, a desatenção cobra seu preço…

Convenhamos, a equipe do Inter é uma equipe limitada, com deficiências.. Quando a postura de corda esticada o jogo inteiro é deixada de lado, seja por autossuficiência ou mesmo por limitação mental ou física, perde-se todo o nosso diferencial, e os resultados começam a revelar as fragilidades de um time bom, bem arrumado, mas que falta algo muito importante para ser campeão: postura e gana vencedora.

Eis ai é o ponto nevrálgico: a equipe parece estar no seu limite, mas por mais paradoxal que possa ser, a equipe não busca aquele diferencial que marca os grandes campeões, aquele sangue nos olhos de querer vencer e pontuar a qualquer custo.

Sendo bem prático, equipe com mentalidade vencedora não toma virada de times de Z4: se impõe e não aceita nada menos que a vitória… Muito menos se conforma com um empate modorrento contra um Corinthians completamente desinteressado, onde a torcida mesmo falava que o jogo que importava era o da 4ª (a semi-final depois vencida contra o Flamengo).

Cada jogo é uma oportunidade única de reescrever a história, mas o que se vê em campo são posturas desinteressadas e até mesmo uma certa displicência em jogos vitais para a campanha colorada. No intervalo do jogo contra o Sport, dois breves tweets que demonstram um pouco o estado anímico da equipe:

O impacto destes últimos 4 jogos é bem perceptível:

  • 4 pontos nos últimos 12 disputados (aproveitamento de 33,3%)
  • distância de 3 pontos para o líder, além do saldo de gols
  • aproximação de seus rivais diretos (distância para Flamengo e Grêmio foi esfacelada para míseros 1 e 2 pontos, quando antes era de 5 e 8)
  • uma reversão palpável no ânimo e nas expectativas da torcida colorada, que já vê com grande desconfiança as possibilidades deste time

Confesso que já estive muito mais confiante, e agora estou cético em relação as nossas possibilidades… Nada que resultados positivos não revertam, mas neste caso cabe a equipe provar dentro de campo.

Para isto, me parece bastante óbvio que a equipe precisa se reinventar, pra além da postura. Alguns pontos:

  • Nada mais justifica a presença de Pottker: não finaliza, não arma, não dá seguimento as jogadas, e nem mesmo a recomposição tática tem feito mais… Sua permanência no time titular já começa a cobrar pontos preciosos, e insistir no erro é burrice.
  • O Inter não chuta a gol… Nico, quem tem a melhor finalização do grupo, tem que ter um esquema que propicie entrar na área com mais frequência.
  • Iago tem apoiado cada vez menos… Orientação ou a equipe que afunila demais pelo lado direito?
  • A equipe precisa parar de tomar gols bobos em jogadas aéreas.

O Inter encontra-se numa crise existencial… Os resultados já manifestam o declínio em números, e a retomada  não será nem um pouco fácil: dois difíceis confrontos em casa, contra São Paulo e Santos..

Este Inter parece ser campeão em reverter expectativas.  Neste caso, a torcida é para que isto ocorra novamente, mas a nosso favor, vencendo os próximos jogos e contrariando a atual tendência.

A encruzilhada é simples: ou volta a vencer (e sonhar), ou a briga será para ficar entre os que garantem vaga direta na Libertadores.

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