Davi

Dia “D” de quê?

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Depois de uma enfadonha Copa América, voltam-se as atenções hoje ao que realmente importa: o colorado e as competições de mata-mata (Copa do Brasil, Libertadores) e ponto corridos (Brasileirão).

A parada de recesso por causa da competição continental de seleções trazia algumas expectativas, entre elas a de reforçar a equipe para o 2º semestre: isso não apenas não aconteceu (a unica contratação foi uma reposição a venda de um titular), como houveram lesões, entre elas Zeca e Pottker (ok, esta última até me parece mais benéfica que qualquer outra coisa).

Odair teve semanas cheias de treinamento, não apenas para azeitar o time mas também para corrigir deficiências e sobretudo testar alternativas para o jogo de xadrez que se anuncia contra o Palmeiras, que ostenta fama de bicho papão dentro do cenário tupiniquim.

Pois bem, o maior desafio ao meu ver era fazer o sistema 4-2-3-1 funcionar: dar a fluidez defensiva do 4-1-4-1 ao esquema que permite não deixar Nico e Guerrero tão isolados e/ou distante do gols.

Para surpresa de quase ninguém, Odair parece afeito (em excesso por sinal) ao mesmo esquema que eventualmente dá resultados mas parece insuficiente para levar o clube ao próximo passo que são títulos.

Assim, o dia “D”, que poderia ser o dia de D´alessandro ou até mesmo de dádivas coloradas tem tudo para ser mais um dia de defesa, pois é isso que se anuncia com a escalação colorada.

Fazendo um exercício de advogado do diabo, podemos tentar se colocar no papel de Odair e tentar entender, ou ao menos contextualizar o que a entrada de Patrick ao lado de Edenilson, Nonato e Dourado significa. Segue o fio:

  • Antes de mais nada, Odair pensa que como todo mata-mata, é fundamental ter estratégia, e nesta perspectiva, o Palmeiras virá com tudo, propondo jogo e tentando fazer placar para praticamente “selar” o destino do confronto nos primeiros 90 minutos. Sair vivo do confronto é chave para decidir em casa, e não, derrota por placar magro não é bom placar.
  • A entrada de Patrick, neste âmbito, sinaliza:
    • uma provável marcação pressão na saída de bola palmeirense, nos mesmos moldes do jogo contra o Santos, o que acredito ser a referência de desempenho.
    • fortalecimento na proteção ao lateral colorado, uma vez que Uendell não tem a intensidade de Iago e sofre de dificuldades no confronto físico a jogadores velozes, tais quais se anuncia o embate contra Dudu, este talvez um dos melhores atacantes pelo lado de campo no Brasil.
    • barrar os avanços de Maike, que sobe com frequência e com significativa contribuição ao poderio ofensivo alviverde (para isto o “pantera” deve se projetar as costas do lateral)
    • maior intensidade física, que obviamente é um ganho em comparação aos jogadores mais inventivos colorados, seja ela D´alessandro ou Sarrafiore.

Muitos argumentam que a entrada de Patrick é em substituição a Parede, e não D´alessandro, tal qual tem ocorrido fora de casa. Seja este ou aquele, perde-se criatividade, posse de bola e a chance de algo “diferente”.

O Palmeiras, por sinal, costuma ter um jogo de muita ligação direta e solidez defensiva; não seria exagero pensar que irá dar a bola ao colorado tal qual ocorreu no confronto do Brasileirão, ou que quando estiver em vantagem no placar irá se fechar e abusar dos contra-ataques.

Neste cenário é quase catastrófico imaginar que um meio-de-campo com 4 jogadores que apesar de cumprirem tarefas ofensivas são na essência jogadores incapazes de articular/criar irão romper a fortaleza palmeirense. Apenas para compreensão da solidez alviverde, o Palmeiras tomou 2 gols em 9 jogos no certamente nacional, um deles com a equipe totalmente reserva alternativa.

Finalizado o exercício de tentar entender o que se passa na cabeça do treinador colorado, há de se ponderar o seguinte: quando o Inter joga para não perder, FATALMENTE perde.

Há uma linha tênue entre covardia e estratégia; se pender para o último, ótimo!

O que se vê na prática, geralmente em ocasiões similares, é um time sem aspirações, sem agredir o adversário e sem a ousadia que apenas os campeões trazem.

E aqui cabe crítica ao Odair, que não conseguiu equilíbrio no 4-2-3-1 ainda: o time na escalação que se anuncia, rouba a bola mas não sabe o que fazer com ela, fora a total falta de criatividade.

Particularmente acredito ter poucas chances de dar certo, embora torça para estar errado. Para que estas poucas chances se concretizem, será fundamental de fato uma marcação pressão na saída de bola palmeirense, muito zelo na bola parada e uma aproximação ferrenha de nossos volantes meias a dupla de ataque.

Irei torcer com todas as forças para dar certo, mas esta escalação não me agrada. Espero estar errado!

Não apenas se defender, mas atacar também será o fiel da balança no confronto.

Para que o dia “D” seja marcado como um dia que de fato foi decisivo para uma arrancada rumo ao título, e não apenas mais um dia de defender, defender e defender.

@Davi_Inter_BV

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