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Conforme o dicionário, paixão é “sentimento intenso a ponto de ofuscar a razão; furor incontrolável, exaltação, cólera”. Enquanto amor se configura em “forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais” Devidamente discriminados, pergunto-lhe:

Seria amor ou paixão a atração que o Sport Club Internacional tem para com volantes?

A questão talvez já tenha até sido abordada por eu mesmo aqui, mas, convenhamos, parece sempre pertinente em matéria de Colorado. Abordo em razão do noticioso do início da semana, quando surgiu a informação de que o Internacional foi mais uma vez tentar beber água numa fonte já conhecida: o São Caetano. Pois lá no clube que revelou Gustavo Nonato tem uma suposta jovem revelação, a quem conferiram a alcunha de “Quadrado” – imagino eu que em alusão à semelhança física com o colombiano Juan Cuadrado e não com a forma geométrica (ok, já parei). Trata-se na verdade de Anderson Rodrigues, 17 anos, o qual deve ser um bom jogador, de fato, eis que o clube paulista negou duas ofertas do Inter, quer a primeira de empréstimo ou mesmo a segunda de compra.

A questão que segue, todavia, é saber qual da necessidade que o Inter tem de contratar e investir quase que somente em volantes. Uma tara (algo que vai além de amor ou paixão, talvez), eu diria. Note-se que não se vê a mesma ânsia em armadores. Hoje mesmo saiu a notícia que José Aldo será dispensado, um camisa 10 nato, com vocação para tal é que praticamente nenhuma chance teve. Ou quem sabe um maior interesse em atacantes. O reflexo disso é a tônica de que no grupo principal só temos 3 deles inscritos na Copa Libertadores, sendo dois centroavantes e William Pottker. Só que ainda assim investimos em… volantes.

Já disse por aqui que se Paulo Roberto Falcão jogasse nos dias de hoje fatalmente envergaria a camisa 10. Tamanho seu talento e vocação. Volantes brucutus a moda antiga, tipo Ânderson Papoula e com ressalvas a Rodrigo Dourado e Caçapava, muito melhores que está definição singela, estão caminhando para o fim. Centromédio praticamente não existe mais; hoje, volantes tem de armar as jogadas e muitos deles o fazem com certa desenvoltura, vide Edenilson e o próprio Nonato.

Só que o melhor dos volantes ainda será, apenas e tão somente, volante. Poderá conferir a vitória do time em algum lampejo, ao pisar dentro da área e finalizar bem, só que mesmo assim não está sendo pago para pensar, organizar ou mesmo atacar. Embora o futebol de hoje em dia seja um tanto quanto pragmático, e chato muitas vezes, ainda gosto daquela velha idéia de formação quando a gente enxergava quem era quem dentro de campo. E isso não mais existir pode parecer até moderno, mas transformar volante em principal peça do time certamente não é.

Só que parece ser volante a tara colorada. A minha, todavia, não é.

E qual seria a tara ideal, se possível for admitir viver pacificamente com alguma delas. Sugestões?

PS.: Surgiu a notícia agora pouco de interesse do Inter em Edinson Cavani. Opto, por não dar uma opinião a respeito. Tava demorando para começarem as barrigadas novamente…

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