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A verdade é que o Sport Club Internacional nos deixou mal acostumados por pelo menos dez anos, entre 2005 e 2015. Ora, não foi à toa que surgiu a história do “Campeão de Tudo”. E quando nos acostumamos com muito, fica bastante difícil, ou quase impossível, contentar-se com pouco. Enfim, creio não estar contando aqui nenhuma novidade ao entendimento de todos.

Este último ciclo de anos de glória, recentemente vividos, obviamente escondeu muita coisa mal feita, executada pelo Beira Rio, para não falar agora em coisa pior. Enquanto tem taça entrando no armário a sujeira debaixo do tapete fica lá, pois a imensa maioria sequer se importa com ela. Tampouco nós, torcedores, é bem verdade.

Pois ouvi uma entrevista do ex-treinador Muricy Ramalho, estes dias, numa rádio qualquer da Capital. Em dado momento ele sugeriu que o momento vivido por nós agora lembra muito quando ele chegou por aqui, ainda ao final de 2002. E tal qual naquela vez, é preciso ter paciência e confiar no trabalho que está sendo desenvolvido para que, então, frutos possam ser colhidos. Claro que esta é minha interpretação. Ele sequer usou palavras iguais, foi muito mais objetivo e prático, como é seu perfil, bem conhecido por nós Colorados.

No fundo eu entendo aonde ele quer chegar. É preciso insistir no projeto que vem sendo desenvolvido para que ele possa efetivamente ser traduzido em novas vitórias. Contudo, eu não consigo concordar totalmente com ele, tal qual a maioria por aqui. Em 2002, o grupo que segue mandando e desmandando na política do Clube, estava começando a caminhada. A rigor, sequer um time de futebol nós tínhamos para colocar em campo. Vínhamos de uma década de sucessivos fracassos e os cofres estavam raspados. Os problemas financeiros não direcionavam a questões com suposta conotação criminosa. Ou seja, outros tempos.

Não consigo transportar aqueles problemas para os dias de hoje. Ao menos na totalidade.

Hoje em dia, viemos de uma cultura tática precária de futebol. O que se treinou (e talvez siga assim) até o momento foi algo que sequer pode se chamar de básico. A ideia defendida pelo grupo político dominante, do empatar fora e ganhar em casa é de uma pobreza de espírito absurda! É o Inter, poxa (a palavra originar detinha dois erres ao invés de xis)! Tri Campeão brasileiro, uma CB, duas Libertadores e o único Campeão Mundial do sul do país. O Campeão de Tudo, afinal! Então, que pensamento rasteiro é esse de ficar se acovardando fora de nossas cercanias?

Ao mesmo tempo em que não acho ser válido esta politicagem que tomou conta do clube, nutro a expectativa (não terei petulância de falar em esperança) de que algo efetivamente novo possa aparecer ao final deste ano. Tudo na vida tem prazo de validade e a política atual do clube já expirou. É preciso se reinventar, repensar a ideia de imaginar futebol, redefinir conceitos, em suma, temo estar chovendo no molhado – falando mais do mesmo de sempre. Mas é a nossa realidade.

Venceu o oxigênio dos que mandam no clube atualmente, é bem verdade. É preciso respirar. Todos nós Colorados precisamos respirar ar puro novamente. Chega de viver nesse sufoco!

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