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Data vênia aqueles leitores do BV que divergem da importância de D’Alessandro para o time, a bem da verdade uma posição minoritária, penso que sua titularidade é indiscutível neste momento. Não pretendo aqui ficar discursando acerca dos motivos de minha afirmação – já que não é o objetivo desde post, razão pela qual, recordo que ninguém fica tanto tempo jogando no mesmo clube por acaso. D’Alessandro ainda é um jogador diferenciado, apesar dos seus 37 anos.

O mote da coluna desta semana, todavia, referi na última manifestação feita na semana passada: “no meu time, D’Alessandro seria volante”. Obviamente eu não enlouqueci, tampouco passei a achar que descobri o santo graal tático Colorado.

Primeiramente, quem me ventilou esta possibilidade foi meu irmão. Claro que minha reação inicial foi de contrariedade, afinal, D’Alessandro é um meia armador clássico, posição esta que parece estar fadada à extinção. Refletindo, porém, passei a concordar com a possibilidade de que o gringo pode desempenhar a função de volante. Explico.

A filosofia do balão implantada (ou aperfeiçoada) por Argel nos tem trazido dificuldades na saída de bola até os dias atuais, apesar de estarmos no 6º treinador depois dele. Não é à toa que D’Alessandro, não raro, vem buscar a bola na linha de zaga, fins de dar opção de saída de bola que não seja voando de uma área à outra.

Pois, bem. A realidade é que sem percebermos, D’Alessandro já vem desempenhando esta função há bastante tempo. Quem assiste jogos no Beira-Rio, com freqüência, e não fica limitado ao caminho percorrido pela bola, o qual exclusivamente a câmera se interessa, verá que o nosso camisa nº 10 quase sempre está numa linha mais recuada que seus parceiros de esquema, provavelmente porque ele faz (e bem!) a leitura de que nossa saída de bola nos pés do Dourado, ou mesmo do Edenilson, carece de eficiência e agilidade.

Diante dessa realidade, poder-se-ia experimentar um esquema tático que oportunizasse D’Alessandro a jogar de volante em determinado jogos, ao menos, liberando-o uma “faixa exclusiva” de uma área a outra, centralizado no campo, onde ele teria total discernimento para vir buscar jogo na linha de zaga e trabalhar a saída de bola, bem como sua transição, até o ataque.

Ahh, mas D’Alessandro não tem mais perna e fôlego para passar uma partida inteira correndo duma área á outra…  Óbvio que não. Mas esse nem é o maior problema. A discussão em torno do tema é sobre transformar a jogada do Inter em presa fácil aos adversários. Por isso que esta possibilidade deveria ser treinada como alternativa de jogo e não como jogada principal.

Volto a afirmar que não descobri o santo graal tático Colorado. Mas vislumbro, sim, e sem comparar com ninguém, que D’Alessandro poderia desempenhar, guardadas as devidas proporções e em determinados jogos, uma função próxima ao que o jogador Arthur faz no arquirrival. Reitero que não to comparando ninguém e também não acho que o nosso tradicional adversário deva ser parâmetro para nada (sorte não se copia, afinal), mas já que nos comentários pediram exemplos, então, não hesito!

Ao certo é que precisamos mudar bastante coisa. Redescobrir como jogar com a bola no pé, efetuar triangulações que resultem em chances de gol e parar de empurrar o jogo pelas laterais, algo que ainda não está funcionando bem, no meu ponto de vista.

Imaginar, pois, ver D’Alessandro jogando de volante é, antes de tudo, sonhar que aquele timaço da década de 1970 possa se repetir, ao menos quanto a mecânica de jogo pelo meio campo. Ou alguém dúvida que, se jogasse hoje em dia, Falcão também não envergaria o nº 10 em suas costas?

D’Alessandro de volante é uma alternativa, sim, viável para, enfim, enxergarmos em campo algo parecido com um padrão de futebol que, há muito, o Internacional não tem. Se isso é sonho, me veio bem acordado!

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