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Após o término do jogo na Argentina, esbravejando, decidi não me manifestar tão cedo acerca de Internacional, afinal, parecia ser eu um dos poucos a traçar criticas quanto ao resultado, ainda que não se possa reclamar da atuação do time, é bem verdade – com lampejos de um bom futebol. Mas considerando que a história quase só lembra dos ganhadores, não se pode entregar a rapadura num último lance dum jogo na casa do adversário, principalmente na Argentina. Enfim, geralmente fico do lado da minoria e não me importo muito de ser do contra. Por isso, dois dias depois cá estou novamente.

Contudo, não significa que eu não possa, eventualmente, refletir um pouco sobre algumas opiniões que detenho.

Não é nenhuma novidade para ninguém que entendo que precisamos de um treinador que se amolde melhor ao tamanho do Sport Club Internacional; opinião essa que não descamba para o lado pessoal, afinal, Odair Hellmann nunca demonstrou não ser um cara boa praça. Só que talvez já tenha batido no teto e me parece que não será, dessa vez – ao menos, que nos conduzirá aos louros da glória. Agora, não se pode deixar de traçar um contraponto com a necessidade de romper esta cultura brasileira de troca de treinadores a cada nova derrota, sejamos honestos.

Obviamente não vou entrar na onda daqueles que já querem comparar Odair com Kloop e Pochettino, notadamente em relação ao fato de que os mesmos somente agora, depois de longo trabalho, disputam um título. Primeiro porque ambos os treinadores estrangeiros citados já haviam trabalhos anteriores, contrário de Odair que tem no Internacional seu primeiro clube. Depois, que ambos mesmo sem título já detêm relativo prestígio tão somente pelo trabalho e pelo projeto de futebol que apresentam ao mundo do futebol, coisas que Odair ainda não tem. Aliás, esse tipo de comparação sequer fará bem ao Odair, convenhamos.

Não é por aí.

Agora, não seria coerente da minha parte achar que trocar a todo instante seja a solução, pois, em regra, as alterações seguidas de treinador não contribuem em nada para a construção de um projeto vencedor. No Brasil, a responsabilidade do futebol é sempre terceirizada e cada novo treinador que chega se acha no direito de trazer trocentos auxiliares, para que todo o trabalho comece do zero novamente e meses, quiçá anos, sejam postos fora. Em sendo assim, talvez devêssemos (nós torcedores) deter um pouco mais de paciência para com o trabalho de alguns técnicos, com o fim de se tentar buscar algo diferente, que possa, por exemplo, bater de frente com os milhões que alguns clubes tem. Um bom treinador é meio caminho andado para fazer um bom time mesmo sem muita grana.

Reitero que nada muda do que penso acerca de Odair. Talvez em algum outro momento ele seja o cara apropriado para treinar o Inter, mas creio que talvez seja a hora de pensarmos um pouco em sermos mais leões e menos gatinhos. Que tenhamos aquele “plus a mais” de vontade para vencer sempre, independente do adversário e do local do jogo.

Mais leão, menos gatinho.

Por fim, dedico este post em homenagem a um dos maiores Colorados que eu conheci, Seu Homero Schuch, que faleceu nesta manhã em São Francisco de Paula. Que siga, de onde estiveres, com seu velho radinho ao pé do ouvido: torcendo, brigando e vibrando com o nosso Inter! Fará falta.

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