Bruno Costa

Clube grande, time (que pensa) pequeno

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Confesso-lhes que gostaria de descobrir quando começou a nossa sina de complicar jogo contra time fraco. Colocando à prova minha memória, ouso dizer que a ideia de time murrinha e pouco efetivo surgiu em 2011, depois da passagem desastrosa, a meu ver, de Dorival Jr. pelo comando do time. Mas quando começamos a passar trabalho contra times muitas vezes ridículos, a bem da verdade, eu não sei.

Na década de 1990, jogar contra o Paraná era um martírio; e tinha ainda o Juventude, a ponto de transformarem num clássico. Aqui faço um aparte: Inter x Juventude, nunca foi, não é, e jamais será clássico; e ponto final. Retomando, um pouco mais atrás, temos aquela final diante do Bahia, no Campeonato Brasileiro de 1988. Com todo o respeito que a equipe da terra de todos os santos, mas nada justifica termos perdido aquela taça. Nada!

Então, de onde vem esta sina?

Pois, ontem, contra o Remo, lá no Pará, novamente foi um jogo do Inter, clube grande, mostrando futebol de time pequeno. Ao menos no pensamento. Mais uma vez, o peso da nossa camisa não foi suficiente para transformar a partida num jogo fácil. Chegamos ao período de nossas vidas em que os jogadores Colorados lamentam a existência de um jogo só. Pelo amor de Deus! É contra o Remo! O Remo! Novamente, é claro, sabendo que a equipe paraense merece respeito, mas, justamente por isso, tinha de ter voltado de lá com meia dúzia de gols na bagagem.

Não quero crer que o problema é o Presidente, o Vice de Futebol ou mesmo o Treinador. Tampouco o preparador físico, apesar de ter achado preocupante o time morrer em campo aos 30 do segundo tempo, ainda que diante de chuva, grama alta, calor e umidade  (aliás, chega destes estereótipos de desculpa) . Não quero taxar este ou aquele. Mas, sim, penso que em algum momento o medo de perder, que sempre tira a vontade de ganhar, passou a imperar nos ‘pensadores’ do nosso futebol (e aqui não escapa quase ninguém, até mesmo segmentos da torcida) de sobremaneira, que somos um clube grande, agindo como time pequeno.

Apesar de ser uma hecatombe em nossa história de glória, na minha sempre perspicaz inocência, imaginei que a passagem pela segunda divisão nacional poderia nos fazer ultrapassar a barreira psíquica que nos impede de, diante de times médios e ruins, fazer valer o peso dessa camisa e ganhar ao natural. Mas, pasmem, isso parece que não aconteceu. Se é macumba ou não, não sei. Mas parece que permanece algo enterrado no Beira Rio. E que não me venham com a história de que não tem mais bobo no futebol, pois no Brasil esta é uma verdade bem relativa.

Entretanto, e aqui bate a porta a minha esperança latente, com uma bela pitada de superstição, penso que este esta passagem por Belém do Pará pode ter algum significado positivo. Fomos de Belém à Yokohama, no Japão. Então porque não, efetivamente, virar a página da inglória e começar o caminho de vitórias novamente por Belém?

Concordo com nosso Capitão que ainda não estamos preparados para ganhar alguma coisa. Porque um título se constrói e o fato de ganhar é, ao fim e ao cabo, a cereja do bolo.

E não me julgo inconsequente por deste modo pensar e esperar. Um Clube grande tem de pensar grande e ter um time grande. E se querer, realmente, amanhã assim será.

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