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Talvez não seja tortuosa a percepção disto que lhes confidenciarei agora, mas a verdade é que sou um tanto quanto saudosista. Diria que sou um nostálgico sem conserto. No futebol, o saudosismo facilmente se confunde com o romantismo quando falamos de como era em detrimento ao que se transformou.

Vejam que no meu caso, um time de futebol deveria ter: um goleiro, lateral direito e esquerdo (e não alas) zagueiro central, quarto zagueiro, centromédio, volante, meia armador, meia ponta de lança, os ponteiros e o bom e velho centroavante. Ao menos na nomenclatura, afinal, também não sou tão troglodita assim.

Um bom time de futebol deveria ter um grande zagueiro central, o homem da camisa nº 3. A nossa camisa nº 3 já foi muito bem representada no passado por Dom Elias Figueroa e na história mais recente por Índio. Infelizmente, muito jogador de qualidade discutível também já a vestiu, tal qual acontece nos dias atuais.

Dito isso, chego no meu destino: Rodrigo Dourado.

Não sou daqueles que se apaixonou pelo futebol do rapaz quando daquele time de 2015. Para mim, ele surgiu com limitações para exercer a função de centromédio e permanece com as mesmas até hoje. A diferença, é que seu estado emocional parece que faz sucumbir o seu limitado futebol e o resultado, bom, isso claramente se vê nos últimos tempos. O último jogo foi só mais um capítulo.

Não é à toa que nunca que lhe deram a camisa nº 5 para jogar. Pois Rodrigo Dourado, data vênia, não possui cacife para enverga-la. Não é nada contra o garoto. Ele parece ser um bom rapaz, profissional dedicado ao Internacional e que se esforça para desempenhar um futebol digno da história do Colorado.

Mas Dourado não é camisa nº 5.

Poderia, contudo, ser camisa nº 3, na minha modesta opinião. Não, eu não enlouqueci. Tenho (e não somente eu) a petulante percepção de que Rodrigo Dourado tem predicados para ser zagueiro central: altura, bom cabeceio, sabe desarmar o jogador oponente, é destro; e como a maioria dos zagueiros não tem intimidade com passe em profundidade e com a armação, ainda que relativa, das jogadas, principalmente o início do contra-ataque.

Parece-me, inclusive, que ao chegar em Portugal, cujo destino parece lhe reservar, alguém se dará conta disso e ele será recuado. Só assim terá chance de sair do mercado B da Europa. Temos bons exemplos disso, aliás, como Rafa Marques e Mascherano, ambos no Barcelona, guardadas as devidas proporções, é claro.

Gostaria de ver alguém no Inter enxergar isso, convencendo Rodrigo Dourado que o futuro que realmente lhe espera, digo com sucesso, é jogando de zagueiro central. Poderia ser líbero, em esquemas como 3-4-3 ou 3-5-2 (um dos quais eu implantaria no Internacional e que falarei por aqui mais adiante). Mas como zagueiro!

Pois, hoje, Dourado veste a camisa nº 13. Vejamos que nem seria tão tortuoso assim, basta suprimir o nº 1. Simples. Uma pena que em se tratando de futebol, nada é tão simples quanto parece ser.

Mas me parece simples que o futebol de Durado, do jeito que está, ao seguir atuando na meia cancha, outro destino não lhe cabe, senão, o banco de reservas. Porém, ainda há tempo. Pero no mucho.

E já antecipando o assunto do próximo post: no meu time, D’Alessandro seria volante.

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