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Por quê, entra ano e sai ano, independente do treinador, sempre os mesmos jogadores que comprovadamente não podem fardar acabam jogando? Todo ano é a mesma coisa, e nunca deu certo. Antes de responder essa pergunta, uma reflexão sobre o trabalho de treinador em si (supondo que ele tenha total liberdade para fazer suas escolhas, o que eu acho difícil).

 

Os grandes tomadores de decisões enfrentam delicadas situações: Quando acertam, não foi mais que a obrigação, pois era óbvio o que fazer. Quando dá errado, todo mundo viu o que tinha de errado desde o início. Isso faz com que eles fiquem avessos ao risco, de médicos a treinadores de futebol. Será que o doutor está usando o procedimento padrão porque é o melhor que poderia ser feito no caso ou por que ele está com medo de errar usando um procedimento incomum, mas que tem mais chance de sucesso? É mais aceito falhar fazendo o esperado do que inovando. Os professores pardais recebem mais críticas do que os outros.

Não é fácil treinar um time de futebol. É muita responsabilidade e cobrança, fazendo com que os treinadores tenham medo de errar. Perguntado sobre qual o atributo mais importante para ser técnico, Guardiola respondeu: Coragem. Ela é necessária em duas situações: inovação tática e gerência de vestiário. Gerir pessoas é difícil, mas um grupo com lideranças já formadas que não jogam nada é mais difícil ainda.

Sempre gostei de técnicos inovadores e que vão para cima dos adversários. Talvez porque me identifique um pouco, já que sempre viajava um monte no videogame escalando um time cheio de meio-campistas e atacantes. Nunca gostei que no PES tu eras obrigado a ter pelo menos 2 zagueiros. Por quê? E se eu quiser jogar com todos meus jogadores no ataque? Também por isso admiro bastante o trabalho do Fernando Diniz, treinador do Audax. É muito mais fácil instruir um time a jogar por uma bola e afastar a bola de qualquer jeito quando ela está no campo de defesa (Argel mode). Fernando fez o oposto disso. Com pouco material humano, fez um time pequeno jogar ofensivamente, com posse de bola chegar na final do paulistão jogando melhor do que os grandes.

O Zago nem precisa ser um grande gênio revolucionário na questão tática. Não sou tão exigente assim. O que cobro é coragem. Errar é normal, desde que siga suas convicções do início ao fim. Ele foi jogador, estudou um bom tempo e sabe mais de futebol do que nós (pelo menos assim espero). É mais do que óbvio que Paulão e Ernando não podem jogar (Se alguém duvida, é só rever os jogos do brasileirão do ano passado) ou que escalar 3 volantes não vai funcionar.

Não se deixe levar pelo medo e faz o que tu achares melhor Zago. Esse recado não é só meu, mas de toda torcida colorada. Pois duvidamos que tu estejas fazendo isso.

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