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Consolo: aliviar, ou tentar aliviar, a dor, o sofrimento, a aflição de outrem com palavras, recompensas, promessas etc.

Não tenho jeito para consolar pois sou muito crítico: nas vezes em que tentei me dei conta de que a situação era tão traumática que meras palavras de pouco ou nada iriam adiantar. Penso isso de mim para mim mas, será que para o outro elas não poderão de alguma forma ser úteis?

Apreciaria fazer minhas as festejadas palavras de Celsinho da Adelaide quando disse: “Dirigente dirige, torcedor se consola”. Mesmo sem sua verve, vamos lá:

 

  1. Consolo por jogar a série “B” – parte 1:

É melhor do que a “A”; nessa estão os conhecidos Corinthians que é fruto eterno da máfia seja ela qual for, Fluminense o rei dos tapetes, Palmeiras que tem tanto dinheiro que compra tudo, os mineiros Cruzeiro e Atlético com suas características (eventual leitor: me ajuda nessa) e outros menos ou mais votados. Ou seja: figurinhas carimbadas, todas conhecidas.

Na séria “B” não: é tudo novo.

Temos o Boa que tem a piada pronta: como foi o jogo com o Boa? Numa boa, foi bom.

E o Oeste? Poderia ser o Norte, Sul e até o Leste. Mas não: é o Oeste.  Qual deles? O velho, o selvagem, o “Era uma vez no oeste”, de Sergio Leone com a música do Ennio Morricone?

Que dizer do Luverdense? Essa palavra significa pessoa original da cidade de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. Como pode um time de futebol ser uma pessoa? Coisas da série “B”.

Tem o ABC e o CRB, siglas que repetimos e que tem significado oculto, como se fosse algo místico. Porque não são DEF ou XYZ? Já pensou se nos referíssemos ao Inter como SCI? Siglas não trazem boas recordações; vejam o malfadado MIG que tantos estragos já causou e outros tantos que poderá ainda originar.

E para que não tenhamos muita dor pela saudade da série “A”, ali estão os próximos e conhecidos Brasil de Pelotas, Juventude, Criciúma e Figueirense. Amigos que não nos abandonam. Se comportam  conosco como aqueles que fazem uma promessa na hora do casamento, tantas vezes repetida, outras tantas ignorada: “Prometo estar contigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-te, blá-blá-blá, até que a morte nos separe”.  

Da minha parte caros colegas de jornada, espero que a vida nos separe logo.

 

  1. Consolo por termos começado bem:

Restando apenas 37 rodadas para o término dessa competição, somos os líderes invictos e com 100% de aproveitamento. Fizemos 3 golos fora de casa e não tomamos nenhum, coisa rara e que nos enche de orgulho. Escrevi algo que não seja verdade?

Temos novos zagueiros e novos meio-campistas.

Temos atacantes em quantidade até exagerada. Para quem reclamava dessa falta, aí está a abundância. É bem verdade que se o maestro D´Ale faltar não se tem uma peça de reposição para ele mas, como todos ou quase todos que se tornam eufóricos depois de uma vitória, acredito que essa competente direção está providenciando o componente que carecemos.

“Beatizo” quando convém; me torno colérico quando necessário. Também tenho minhas convicções, se bem que posso vir a mudá-las, pois afinal a única convicção que tenho é de que não tenho nenhuma; nessa linha de pensamento adapto Sócrates, o filósofo não o jogador, e comungo com as posturas do treineiro de plantão.

 

  1. Consolo pela limpeza:

Nos livramos de diversas nabas cujo nome me poupo de escrever mas que são todas de domínio público. Ainda restam algumas mas como a quantidade era muito grande, tem que se ir aos poucos, despacito.

Nesse momento de glória (nada como a carência para que o pouco seja o muito) até sou complacente com o limitado lateral que joga por cláusula secreta de contrato sigiloso. Afinal, assinou, tem que cumprir.

Ou aceito a escalação do (quase) ex-cedido ao Vitória que não o quis no último instante. São baianos e por isso não são bobos.

 

  1. Consolo por jogar a série “B” – parte 2:

Como os adversários são fracos, a possibilidade de que venhamos a ganhar muitos jogos é alta, assim como a chance de que golos ocorram com mais frequência. Para quem quer isso e apenas isso, aí teremos aos sábados um prato cheio. Ou seja, os domingos tenderão a ser mais agradáveis, o chimas e o churras poderão ser saboreados com mais calma e até na tarde, numa lagarteada, um sexo legal pode rolar, sem pressa de ter que se sair correndo para ir ao Beira ou ligar a TV.

 

É ou não melhor se jogar a série “B”? Claro que é, até porque inexiste outra alternativa.

A curra foi inevitável: agora é relaxar; o gozar é facultativo, até nas longas tardes de domingo.

PS: Homenagem ao Oeste com quem jogaremos no Beira em 29/07.

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