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Tivemos uma semana cheia de notícias: ganhamos do Botafogo, Danilo se lesionou e pensando bem, nem foram tantas notícias assim.

Mas a que mais mexeu comigo foi o banimento levado a cabo pelo moderador Sr. Roberto Gilnei Jr. Não conheço a pessoa que foi banida, não vi o que motivou a medida e tampouco conheço o Sr. Gilnei Jr.

Nesse mundo virtual de blogs creio que esse “conhecer sem conhecer” é a tônica. Isso significa que eu, Airton, escrevo esse post que é lido por várias pessoas sem que saibamos na verdade se eu sou mesmo algum Airton ou esse é um codinome assim como não sabemos quem são os leitores, identificados por outros codinomes.

Ou seja: não se tratam de pessoas identificáveis, mas apenas uma porção de bites que conversam com outros bites. É um mundo impalpável, inodoro, insípido e incolor; por isso é um mundo virtual, em oposição ao real, o de carne e osso, aquele de olho no olho, de CPF que fala com CPF.

O mundo virtual é na realidade um outro mundo e, curiosamente, as pessoas trazem para esse mundo inexistente as suas emoções, desejos, vontades, rancores e bem e mal estar. Estou seguro de que pouca gente, ou ao menos aqueles que estão livres de alguma internação psiquiátrica, falariam com tanta ênfase com alguma coisa no ar que não é visível, palpável e não vou citar aqui o que os outros sentidos fazem por nós.

Mas na internet isso não ocorre. Bites falam com bites e, surpreendentemente, alguns bites que recebem uma distinção e com isso se tornam “ôtoridades” outorgada por algum outro bite, deletam outros bites como em algum vídeo game em que matar ou morrer é tudo um jogo, um faz de conta que acaba quando aparece na tela um “game over”.

O BV é um desses locais virtuais em que pessoas identificadas com o Internacional se “reúnem” para comentar, rir, xingar, opinar, cornetear e tudo o mais que se faz ao vivo. São bites que fazem isso e circunstancialmente utilizam o BV assim como poderiam usar outros locais virtuais para se divertir ou descarregar emoções para eles verdadeiras, que lançadas no ciberespaço, se tornam irreais.

Eu posso ser um bite de codinome Airton como posso ser outro de codinome Notria ou qualquer codinome que quiser. Na virtualidade da internet posso dizer o que quiser, o que não significa que outros bites queiram ler o que eu digo. No BV há uma solução muito simples que é o bloqueio do usuário/bite que escreve coisas que não se quer ler. E mais: posso acessar o que quiser, seja algo construtivo, seja pornografia explicita, sejam outros blogs de usuários do Internacional, do Grêmio, do Palmeiras, do Betis.

Por essa capacidade de um usuário/bite mudar de codinome e ser “outro” sendo o mesmo, e pela prerrogativa que temos de bloquear o que queremos, me parece que as medidas de banimento adotadas são a um tempo estéreis e até ofensivas a todos os usuários/bites. Estéril pois se bane um bite e ele revive com outro codinome, e ofensiva porque se quer preservar um espaço que inexiste e se parte de um ponto de vista que o usuário/bite é um imbecil e que deve ser protegido contra citações ou frases, ou “causos”, que outros usuários/bites recolhem de lugares alhures, e querem compartilhar com todos.

Como se esses outros lugares não pudessem ser acessados por qualquer bite, tipo um lugar incerto, escondido, mas que seria um paraíso de delícias mil, um Nirvana com mil virgens que trazem maça e mel entre seus seios. E ali, eu um bite deslumbrado, me deixo seduzir pela indicação de outros bites e ao ver o que vejo, troco a certeza do BV por esse outro lugar incerto e perigoso, o qual não conhecia.

Nessa linha do bite imbecil que precisa de proteção, surge a figura do Sr. Gilnei Jr que nos protege e que diz isso para justificar o banimento: 

“O BV é para interação entre colorados. Não é para se discutir o que o pessoal do outro blog escreveu ou deixou de escrever. Se quer debater o outro blog, que comente por lá, não por aqui. Não usem o BV para chamar gente para lá”.

São tão ingênuas as alegações que a única explicação plausível que me ocorre é que essa “ôtoridade” concedida subiu à cabeça do bite/moderador e lhe encheu de razões para deitar e rolar regras e punições.

Como dizia o cacique Touro Meio Sentado, o último dos Sioux: Onde andas cara pálida? A quem estás punindo?

Durante toda a semana pensei comigo e com meus botões, zíper e velcro: continuo nesse ambiente de autoritarismo? Sim ou não? Não ou sim? E resolvi seguir pois o autoritarismo nesse meio virtual é outra irrealidade, nada mais do que um bite mandando e desmandando, o que em última essência não é nada.

 

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